4o. Encontro de Resseguro do RJ – A ABCSI -Associação Brasileira da Companhias de Seguro Internacional – encomendou uma pesquisa à consultoria KPMG para identificar como as 13 empresas que compõem o grupo enxergam o mercado de resseguro brasileiro. João Francisco Borges da Costa, presidente da entidade, apresentou os resultados.
As companhias nacionais possuem maior quantidade de funcionários envolvidos nas operações de resseguro. Com relação à opinião dos resultados da abertura do resseguro, a maioria concorda que as companhias se tornaram mais lucrativas e mais solventes após a abertura do resseguro, realizada em 2007. Entretanto, estas empresas afirmaram que perderam a possibilidade de tomada de decisão, por conta destas serem tomadas de forma mais técnica, sem as benesses de aceitação compulsória do IRB-Brasil Re.
As empresas não destacaram grandes preocupações com prazos de pagamento, mas se preocuparam com os prazos para a colocação do resseguro, mas eles apenas seguem as normas do mercado mundial.
Costa disse que 40% dos respondentes veem que os corretores participam de 60% a 80% dos negócios. Há uma predominante particiapação dos corretores de resseguros nos negócios.
Sobre a competitividade no setor, 60% das empresas concordam que houve melhoria da competitividade do setor, mas 80% afirmam que há demanda por novos produtos e serviços .
Como um dos maiores desafios para as companhias, está a falta de mão de obra qualificada. Além disso, no ambiente regulatório a reserva de mercado impõe um desafio adicional no que diz respeito à oferta de produtos com custo-benefício competitivo. A tributação do setor também contribui para a elevação dos preços.
No ambiente concorrencial, é preciso manter o equilíbrio entre ofertas agressivas (curto prazo) e a escolha de parceiros realmente técnicos (longo prazo) e com condições de serem rentáveis; o estabelecimento de parcerias é o mais sustentável.
Costa mais uma vez ressaltou que a qualificação da mão-de-obra é um desafio que precisa ser enfrentado para que o mercado se desenvolva em termos de novos produtos e serviços.
Uma das sugestões que apareceram com a pesquisa foram a flexibilização das atuais regras referentes a limitação intra-grupo em 20%. “Para nós, entendemos que isso não vai no sentido da boa-fé, além disso, isso gera um custo adicional dos riscos”, afirmou Costa.
A limitação em no máximo 50% a ser ressegurado da produção total vai de encontro à expansão do mercado, segundo a pesquisa. “Se o objetivo era não ter operação de fronting, o regulador deveria barrá-las diretamente. A Susep vem dando licenças especiais para companhias se adaptarem, o que é positivo”, opinou o presidente da ABCSI.
Kelly Lubiato, do Rio de Janeiro
Revista Apólice