Uma boa notícia para o mercado segurador. Dados recentemente divulgados pela Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg) mostram que a porcentagem de domicílios com seguro residencial cresceu no último ano.
Enquanto em 2015 eram 13,3% do total, no ano seguinte saltou para 14,5%. Isso significa um aumento em torno de 800 mil novas apólices. Em 2016 foram comercializadas 9,9 milhões de apólices ante 9,1 milhões no período anterior. O total de domicílios, nos dois períodos, permaneceu em 68 milhões de unidades. E de acordo com as projeções da entidade, o valor de prêmio será 10% maior em 2017.
As regiões Sul e Sudeste foram as principais responsáveis pelo crescimento.
O que impulsionou a busca?
Diretor de Automóvel e Massificados da HDI Seguros, Marcelo Moura lembra que nos últimos dez anos (2007 a 2016) o mercado de seguro residencial cresceu mais de três vezes em prêmios emitidos. O ápice foi até 2013. Nos anos seguintes, entretanto, o crescimento foi mais tímido.
O executivo atribui o aumento da procura ao incremento da renda do brasileiro, que possibilitou a aquisição do primeiro imóvel e, consequentemente, o desejo de proteger o patrimônio. Há ainda outros fatores coadjuvantes, como a alteração do clima no País, deixando os imóveis mais vulneráveis para os eventos de catástrofes, como alagamentos e vendavais.
“É significativa a busca de um seguro residencial imediatamente após uma catástrofe”, declara Marcelo, ressaltando que a maioria das apólices comercializadas no Brasil também agregam benefícios de assistência 24 horas como chaveiro e conserto de eletrodoméstico, que facilitam a rotina dos segurados.
Entraves
Apesar da alta, o produto ainda conta com amplo espaço para crescimento, que acaba sendo inibido pelas dificuldades em difundir a cultura do seguro a todos os níveis da população. Muitos consumidores acreditam que o custo do seguro residencial é alto quando, na verdade, o preço deste tipo de proteção não passa de 0,4% do valor do imóvel.
“A referência que a população tem é do seguro de automóvel, que por sua vez é muito mais conhecido e comentado no Brasil”, justifica Marcelo.
Há também de se considerar que o Brasil, por ser um país continental, com diferentes características regionais, tem a percepção de risco distinta, ou seja, muitas pessoas entendem que seu imóvel não está sujeito a nenhum risco. “Normalmente elas pensam somente nas catástrofes, esquecendo que a residência está sujeita a um incêndio, danos elétricos, roubo de bens, quebra de vidros, entre outros”, finaliza.
Lívia Sousa
Revista Apólice