No Brasil, grandes riscos sempre significaram lidar com complexidade. Seja em obras de infraestrutura, proteção de ativos críticos ou na gestão de sinistros severos, a questão é: como oferecer soluções que unam capacidade, flexibilidade e segurança em um cenário imprevisível?
A resposta passa pelo resseguro, não apenas como coadjuvante técnico, mas como parceiro estratégico na criação e expansão de produtos. A integração entre seguradoras, resseguradores e corretores tem permitido avanços. Em vez de modelos genéricos, o mercado evolui para soluções baseadas em análises profundas de engenharia de risco, usando dados, modelagens preditivas e inspeções especializadas para calibrar coberturas à realidade de cada projeto.
Essa transformação reflete-se na administração de grandes sinistros. A agilidade na coleta de informações e a clareza na comunicação reduzem o impacto financeiro e reputacional de eventos significativos. Casos recentes mostram que processos bem coordenados tornam as indenizações mais eficientes e fortalecem a relação entre segurados e mercado. Esse desafio cresce com a Lei de Seguros que entra em vigor em dezembro, exigindo adaptação rápida dos stakeholders aos novos requerimentos.
Linhas sensíveis, como D&O, também sofreram ajustes. O aumento de litígios e a pressão judicial após escândalos levaram a reavaliação dos limites e cláusulas. O resseguro facultativo tem sido um dos caminhos para sustentar apetite e capacidade. O mesmo ocorre nos seguros de performance, cujo protagonismo cresce com a nova Lei de Licitações e a cláusula Step In, exigindo produtos adaptados a requisitos legais e expectativas de investidores.
O impacto das catástrofes naturais ganhou novo contorno com as recentes enchentes no Sul, que reforçaram a urgência de diálogo para criar modelos de catástrofe mais fidedignos e proteções que reflitam a real necessidade dos segurados. O resseguro tem papel enorme, combinando experiência global na construção de programas que incorporam prevenção e resiliência, além da indenização.
Essa conexão com o exterior impulsiona a internacionalização das corretoras brasileiras. Atuando como ponte entre clientes locais e mercados globais, ampliamos acesso a capacidade, expertise e práticas que fortalecem o ecossistema. Na BMS, essa visão é reforçada pelo nosso DNA de corretor independente, focado em estruturar soluções de resseguro personalizadas.
A agenda ESG deixou de ser conceito aspiracional para critério objetivo de aceitação e precificação. Resseguradores globais exigem evidências concretas de práticas ambientais, sociais e de governança. Na BMS, essa pauta é conduzida top-down, partindo dos acionistas e da liderança, garantindo alinhamento estratégico e consistência.
O mercado de grandes riscos é desafiador, mas onde surgem as oportunidades mais transformadoras. O corretor que vai além da intermediação e assume o papel de consultor estratégico ajuda seguradoras a inovar e proteger ativos com inteligência. É essa visão que a BMS traz: unir técnica, visão global e proximidade local para criar soluções que, além de transferir riscos, gerem valor duradouro.
José Leão, CEO da BMS RE Brasil
*Artigo originalmente publicada na Revista Apólice #311.