Ultima atualização 18 de fevereiro

powered By

CEO’s do mercado financeiro sabem que mudar é preciso

Pesquisa PwC global mostra que CEO's do mercado financeiro brasileiro são mais otimistas em relação à economia e aos desafios tecnológicos
Lindomar Schmoller e Willer Marcondes, da PwC
Lindomar Schmoller e Willer Marcondes

EXCLUSIVO – A PwC divulgou os resultados da 28º Global CEO Survey, que entrevistou 4700 líderes empresarias do setor financeiro, em mais de 100 países. O setor de seguros está inserido neste contexto, apesar da consultoria não divulgar um recorte específico para o nosso setor. A boa notícia é que boa parte dos CEO’s de empresas de serviços financeiros está otimista em relação ao crescimento de suas instituições, apostando no investimento em tecnologia e parceira para enfrentar os desafios, como as mudanças climáticas, o investimento em inteligência artificial generativa e a reinvenção de suas operações e modelos de negócios.  

Neste setor, a pesquisa destaca que o equilíbrio entre inovação e confiança é essencial para as empresas fortalecerem sua posição no mercado. Isso inclui gerenciar riscos cibernéticos, adaptar-se às transformações digitais e buscar novas oportunidades de crescimento, garantindo competitividade nos cenários local e global. “Há uma perspectiva de que os negócios precisam ser transformados, principalmente por conta das tecnologias disruptivas. Os executivos acreditam mais que as suas empresas continuarão viáveis daqui a 10 anos”, afirma Lindomar Schmoller, sócio e líder de Serviços Financeiros da PwC Brasil.

Neste contexto, 65% dos líderes do setor projetam uma aceleração da economia local nos próximos 12 meses. O otimismo está acima dos 60% registrados na pesquisa do ano passado. Além disso, houve um aumento em relação à percepção de viabilidade das empresas. Neste ano, 38% dos CEOs de Serviços Financeiros disseram que as suas empresas não seriam viáveis nos próximos dez anos se não se reinventarem, um percentual abaixo dos 51% registrado em 2024. “A redução da inadimplência é o principal item da rentabilidade das empresas financeiras, não há perspectiva de alteração da empregabilidade, o que poderia mexer a agulha da inadimplência. A sinalização do Governo em relação aos programas de cessão de créditos é positiva e há a consolidação de tecnologias que venham a tornar o setor mais produtivo”, continua Schmoller.

Isso porque a busca pela reinvenção já começou neste setor. Entre os líderes brasileiros do setor, 38% afirmam ter realizado parcerias com outras organizações, um resultado 8 pontos percentuais acima da média global do setor (30%). Além disso, 68% dos CEOs do setor no Brasil planejam investir na integração da IA com plataformas tecnológicas. Um percentual em alinhamento com a média nacional de 69%. 

Entre as principais ações de reinvenção dos CEOs nos últimos cinco anos, a opção mais apontada foi a busca por uma nova base de clientes, com 68%, seguido do desenvolvimento de novos produtos ou serviços inovadores, com 49%. O investimento em novas estratégias de crescimento foi apontado como uma das ações por 38% dos líderes. Todas estas ações aparecem no setor com porcentagens acima da média brasileira entre todos os setores.

“O setor de Serviços Financeiros no Brasil é inovador por vocação. Podemos observar a evolução no uso de IA Generativa, que é uma tecnologia recente, além do rápido amadurecimento de fintechs no Brasil, empresas mais enxutas e ágeis por natureza, que contribuíram para acelerar o desenvolvimento do setor como um todo”, comenta Schmoller.

No Índice Transformação Digital Brasil (ITDBr) de 2024, estudo da PwC Brasil em parceria com a Fundação Dom Cabral, Serviços Financeiros aparece como o setor com o maior grau de maturidade na transformação digital – nota 4,3 enquanto a média nacional foi de 3,7 em uma escala de 1 a 6. 

A 28ª CEO Survey confirma esta tendência. O recorte setorial mostra que 62% dos líderes revelam que as suas empresas começaram a competir em pelo menos um novo setor nos últimos cinco anos – em contraste com 45% na média geral de todos os setores no país. Essa expansão inclui áreas como tecnologia, com investimentos em canais digitais e inteligência artificial.

Expectativa com a genAI 

Dois anos após a Inteligência Artificial (IA) generativa, ou genAI, surgir no radar dos executivos, as empresas de Serviços Financeiros já adotam essa tecnologia em maior escala. No Brasil, 59% dos líderes do setor dizem que a IA generativa resultou em ganhos de eficiência tanto no uso do tempo dos funcionários, mais que a média geral do país (52%), quanto no aumento na receita, indicada por 38% dos executivos (34% na média brasileira). 

“Em comparação com o que se imaginava há um ano, a tecnologia ainda não alcançou os resultados esperados, mas já observamos resultados positivos”, avalia Lindomar Schmoller. Em serviços financeiros, 71% dos líderes ainda esperam um aumento de lucratividade a partir do impacto da IA generativa, porcentagem idêntica ao recorte da indústria em 2024.

Em relação ao futuro, os CEOs do setor de serviços financeiros, tanto no Brasil como no mundo, indicam que sua maior prioridade nos próximos três anos envolve integrar a IA (incluindo a generativa) em plataformas tecnológicas (68% e 49%, respectivamente). O resultado do setor no Brasil está alinhado com a média de todas as indústrias no país (69%).

Segundo Willer Marcondes, sócio e líder de Consultoria em Serviços Financeiros da Strategy&, divisão estratégica da PwC Brasil, “a IA Generativa está no pico da expectativa de geração de impacto no negócio. Os executivos acreditavam que teriam um aumento na lucratividade por conta da IA Generativa. Isso mostra que existia uma expectativa grande, há um tempo para que ela seja absorvida, mas há uma curva de adoção mais lenta do que se imaginava”.

Confiança na economia

Os CEOs de serviços financeiros do Brasil também estão confiantes com a economia global e do Brasil. Um retrato disso é que 65% dos líderes do setor projetam uma aceleração da economia global nos próximos 12 meses, acima dos 37% registrados em 2024. O percentual está um pouco abaixo da média nacional, de 68%, mas acima da média mundial, de 58%. 

Há também otimismo entre os líderes brasileiros do setor em relação ao crescimento da economia local. A expectativa de aceleração da economia no próprio país é expressa por 65% dos entrevistados (eram 60% em 2024). No Brasil como um todo, essa expectativa é de 73%. 

Em mais um dado positivo, 62% dos entrevistados no setor disseram que planejam ampliar o quadro de funcionários no próximo ano, enquanto apenas 9% pretendem reduzir. O resultado está acima da média geral do Brasil, em que 53% das empresas planejam expandir suas equipes, enquanto 14% preveem cortes. 

O grau de confiança no crescimento, em 12 meses, da receita das empresas que lideram aumentou em relação ao ano anterior, acompanhando a tendência global do setor e a média geral de todas as indústrias ao redor do mundo. De forma inversa, a média nacional registrou uma queda no mesmo indicador.

Cibersegurança e demais ameaças

Otimistas no curto prazo, os CEOs de Serviços Financeiros no Brasil apontam os riscos cibernéticos como a principal ameaça (43%) para os negócios, em maior nível do que nos demais recortes – a média geral dos CEOs nacionais (26%), a global (24%) e a dos líderes de Serviços Financeiros no mundo (31%). O resultado evidencia uma preocupação constante do setor no Brasil – no ano passado essa também foi apontada como a principal ameaça, com os mesmos 43%. 

A instabilidade econômica também preocupa uma parcela maior de CEOs de serviços financeiros brasileiros do que a média nacional – 32% ante 27% –, assim como a disrupção tecnológica (27% ante 24%). Por outro lado, os executivos do setor de serviços financeiros brasileiros se sentem menos ameaçados em relação à disponibilidade de mão de obra qualificada na comparação com a média do país – 24% ante 30%.

A visão para os próximos anos reflete a necessidade de garantir a viabilidade das empresas diante de mudanças globais, como a digitalização acelerada e o surgimento de novos players, vindos de setores adjacentes como tecnologia e varejo. Esses fatores destacam a importância de diversificação, inovação estratégica e fortalecimento da confiança para manter a competitividade.

“A capacidade de adotar tecnologias disruptivas, como a inteligência artificial, de capacitar a força de trabalho para novas habilidades e de estabelecer parcerias eficazes será crucial para assegurar a relevância e o crescimento do setor financeiro em um cenário global que não para de evoluir”, completa Lindomar Schmoller.

*com informações da assessoria de imprensa

Compartilhe no:

Assine nossa newsletter

Você também pode gostar

Feed Apólice