Ultima atualização 14 de dezembro

Comunicação e tecnologia são fundamentais para a expansão de seguros

A Fundación Mapfre reuniu especialistas para comentarem sobre a potência do mercado no Brasil e os desafios para o crescimento do setor

EXCLUSIVO – Na manhã de ontem (13), a Fundación Mapfre realizou em parceria com a CNN o evento “CNN Talks: A potência do mercado segurador no brasil”, destacando a importância do setor de seguros para o planejamento financeiro dos brasileiros e a agricultura. O objetivo do encontro foi debater sobre quais iniciativas o segmento pode adotar para fazer com que a população e os produtores rurais contratem produtos que protejam a sua vida e os seus negócios. O jornalista Márcio Gomes foi o responsável pela intermediação.

Seguro de vida: ato de amor

Hilca Vaz, diretora técnica de Seguros de Pessoas da Mapfre, comentou sobre o seguro de vida como uma ferramenta de proteção financeira e os benefícios que o produto oferece. “A pandemia foi um gatilho para que a sociedade falasse sobre um tema que ainda é um tabu: a morte. A contratação do seguro de vida cresceu nos últimos anos, principalmente entre jovens e mulheres. Além da conscientização e da busca por proteção, chegamos ao momento de prevenção. Devemos eliminar da sociedade a ideia de que o seguro de vida é apenas um produto que oferece uma indenização em caso de morte. Precisamos, principalmente, investir em campanhas que ressaltem os benefícios que ele oferece, como a cobertura para doenças graves e tantas outras assistências que podem ser usadas pelo segurado e sua família ainda em vida. Contratar um seguro de vida é um ato de amor”.

Representando a CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras) no evento, o superintendente de Estudos e Projetos, Thiago Ayres, falou sobre como a carteira tem ajudado na expansão do setor nos últimos anos. “Entre 2020 e 2022, foram pagos aproximadamente R$ 26 bilhões em indenizações. Boa parte delas, 42% (R$ 10,9 bilhões) está alocada em 2021, quando vivemos o auge da pandemia. Isso só foi possível porque as empresas do setor optaram por oferecer coberturas para casos de Covid-19, mesmo sendo um risco excluído do produto. Segundo um levantamento da FenaPrevi, somente por conta da Covid-19, entre abril de 2020 e março de 2023, mais de R$ 7,4 bilhões foram pagos, beneficiando quase 197 mil famílias. Dados como estes só reforçam a segurança que o nosso setor proporciona”.

Ayres também reforçou o trabalho que a entidade vem realizando para que o mercado de seguros atinja a participação de 10% do PIB brasileiro. Atualmente, o setor representa 6,2%. “Temos uma população diversa, com vários níveis de renda, então temos que saber nos comunicar com essas pessoas. A Comissão de Inteligência de Mercado da Confederação produziu um estudo recente com as associadas, visando entender como elas estão tentando desmistificar os diversos termos técnicos da nossa indústria, e elas sinalizaram que estão adotando uma linguagem mais visual, como iconográficos. Se soubermos nos comunicar, poderemos diminuir o GAP de proteção financeira dos brasileiros”.

Impacto das mudanças climáticas na agricultura e o seguro rural

No segundo painel do evento, André Bruzzi, National Business Manager da Rehagro, abriu sua apresentação comentando sobre a importância da agricultura para a economia brasileira. “De 2000 para cá, o agro representa mais de 24% da nossa economia. Além disso, o Brasil é o maior produtor mundial de açúcar, café e suco laranja, sendo também o segundo maior produtor de carne de frango e bovina, sendo o maior exportador de todos esses alimentos. A produção de uma safra brasileira alimenta 1 bilhão de pessoas mundialmente. Sem o Brasil, todo o mundo sofreria com o aumento dos custos da alimentação e os países mais pobres certamente seriam mais impactados”. O executivo também falou sobre os impactos que as mudanças climáticas têm ocasionado ao setor. Só neste ano, houveram seis alagamentos no Sul.

Afonso Arinos, head comercial de Agro da Mapfre, ressaltou a necessidade da contratação do seguro rural para que os prejuízos ocasionados pelos eventos climáticos sejam minimizados. De acordo com ele, apenas 17% das terras produtivas do país contam com proteção de seguro. “A conscientização tornou-se crucial, pois enfrentamos não apenas a missão de ampliar a cobertura, mas também de educar os produtores sobre a diferença substancial entre estar protegido ou não. Nos últimos três anos, a carteira arrecadou R$ 35 bilhões em prêmios e indenizou, já considerando com os números de 2023, R$ 21 bilhões até o momento. Entretanto, já tivemos anos em que o setor fechou com um índice de indenização muito maior do que arrecadou, chegando a pagar em sinistros 155% a mais do que recebemos em prêmios”.

Arinos reforçou também a importância das seguradoras que operam no ramo desenvolverem produtos que atendam a maior parte das regiões do Brasil. “Atualmente, quando um produtor vai contratar um seguro há uma série de parâmetros que levamos em consideração. Isso gera uma precificação baseada nas singularidades de cada produção. Para isso, é fundamental utilizarmos a tecnologia para personalizar a apólice e entender melhor os riscos a que aquela região está exposta, como é feito no seguro paramétrico, por exemplo. Essas transformações são mais do que uma tendência, mas uma necessidade. Em um mundo em que as incertezas climáticas estão cada vez mais presentes, ter um seguro não é apenas uma precaução, mas muitas vezes a diferença entre perder tudo ou ter a oportunidade de recomeçar”.

Nicole Fraga
Revista Apólice

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