EXCLUSIVO – Cada vez mais brasileiros estão optando por um meio de transporte mais econômico, ágil e acessível: a moto. De acordo com dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), em outubro deste ano foram vendidas 137.606 motocicletas no Brasil, um crescimento de 14,40% na comparação com o mesmo mês em 2022.
Atento às novas demandas de consumo, o mercado de seguros também passou a desenvolver produtos para proteger motocicletas. Antes, o setor considerava a modalidade como difícil para distribuir, por ser considerado um grande risco para as seguradoras. Em 2020, o segmento passou a olhar com outros olhos para a carteira.
O seguro de moto possui a cobertura total, também conhecida como Compreensiva (colisão, incêndio e roubo/furto), além da cobertura exclusiva para roubo e furto. Entretanto, as coberturas contratadas pelo motociclista podem variar de acordo com a categoria do veículo, pois algumas seguradoras não aceitam cobrir motos utilizadas para serviços de entrega.
Somente em São Paulo, os roubos e furtos de motos cresceram 29% na região metropolitana no primeiro semestre de 2023, em comparação com o mesmo período de 2022. No total, 15.210 motocicletas foram subtraídas de seus donos, contra 11.760 unidades no ano passado, de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado. Dados como estes reforçam a importância do seguro para este veículo.
A última atualização de frota segurada da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais) foi de Junho/2022 sobre Dezembro/2021, que apontou um crescimento de 10,67% da frota segurada de motos. Marcelo Sebastião, presidente da comissão de seguro de automóvel da entidade, este movimento está diretamente relacionado ao crescimento das vendas de motocicletas zero km.
“As seguradoras têm desenvolvido novos produtos para aumentar a inclusão securitária, especialmente do segmento de motos. Os corretores de seguros desenvolvem um papel de consultor dos clientes, podendo identificar o perfil deles, e sugerindo opções aderentes às necessidades quanto ao uso do veículo, bem como ao preço que caiba no orçamento de cada um”, diz Sebastião.
Na Allianz, são aceitas motos de baixa e alta cilindradas com até dez anos de idade. A companhia oferece a possibilidade de contratar até 110% da tabela FIPE para mais de 900 modelos, disponibilizando a opção de contratação com condutores indeterminados para motos com uso comercial. Segundo David Beatham, diretor executivo de Automóvel, Massificados e Vida da seguradora, a principal diferença entre o seguro automóvel e o seguro para moto está em adaptar os produtos às características inerentes a cada categoria de veículo.
“Embora as cobertura e assistências 24 horas possam ser semelhantes, os valores e os serviços devem estar de acordo com o veículo em questão. Por fim, todas essas variáveis influenciam diretamente os prêmios, uma vez que os valores dos carros e das motos são distintos, assim como a probabilidade de ocorrência de danos”, afirma Beatham.
A Porto Seguro registrou um aumento de 11% na procura pelo seguro para moto em outubro, quando comparado ao mesmo mês em 2022. Para Jaime Soares, diretor executivo da empresa, o segurado pode personalizar sua apólice da maneira que for mais conveniente de acordo com os diferentes perfis e necessidades.
“Os corretores são consultores ideais para os clientes, pois além de auxiliar na contratação e na análise do plano para cada perfil de cliente e seus objetivos, ele pode ofertar as coberturas de proteção para garantir que o cliente fique tranquilo em qualquer tipo de imprevisto”.
Jorge Martinez, diretor de Produto e Subscrição da Suhai, reforça que a procura pelo produto vem aumentando nos últimos anos devido à maior divulgação aos proprietários de como o seguro para moto pode auxiliá-los no dia a dia.
Segundo Martinez, para que o seguro para moto seja mais valorizado, é preciso que a contratação da apólice seja menos burocrática, não havendo dificuldade na aceitação das seguradoras. “Há também a questão de tratar-se de veículos de menor valor, com proprietários assumindo o risco, principalmente em regiões de menor incidência de roubos/furtos. Precisamos mudar essa imagem, e os corretores têm a oportunidade de atingir um público que, atualmente, enxerga o seguro como algo fora de alcance”.
Nicole Fraga
Revista Apólice