Ultima atualização 09 de outubro

Caso aprovado, PL 29 deve levar mercado de seguros brasileiro a novo patamar

Alessandro Octaviani, superintendente da Susep, e Dyogo Oliveira, presidente da CNseg, afirmam que projeto de lei deve trazer mais transparência no relacionamento com o consumidor de seguros

EXCLUSIVO – Trazer mais credibilidade ao mercado de seguros e transparência ao consumidor. Esse é o objetivo da aprovação do PL nº 29/2017, que visa mudar completamente os contratos de seguros no Brasil e ajudar na expansão do setor. Dyogo Oliveira, presidente da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras) e Alessandro Octaviani, superintendente da Susep (Superintendência de Seguros Privados) participaram de uma coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira (09), para explicar os benefícios que o projeto deve proporcionar ao setor.

susep
Alessandro Octaviani

Segundo Octaviani, o PL deve trazer mudanças para a construção de uma Política Nacional de Acesso ao Seguro, aumentando a acessibilidade da população aos produtos e serviços oferecidos pelas seguradoras. “O Brasil oscila entre a 7ª e 8ª economia do mundo. Um país deste tamanho não pode ser o 18º no ranking geral do setor. Queremos impulsionar o acesso e o consumo de seguro entre os brasileiros, pois ele gera uma maior disponibilidade para que mais pessoas tenham mais recursos financeiros. Com maior acesso à renda, mais possibilidade as pessoas têm de diversificar os investimentos”.

De acordo com o superintendente da Susep, o PL estabelece regras que determinam a relação entre os clientes e as seguradoras, que antes ficavam meio “perdidas” no Código Civil. “A Política Nacional de Acesso ao Seguro deve ter vários pilares. Um deles é a organização efetiva dos tributos do mercado, além da evolução da política regulatória, que ajuda a desenhar os produtos do setor. Contando com a representação da CNseg e do Dyogo, o diálogo tem sido fundamental para que possamos incorporar esse projeto. Após sua aprovação, o Brasil ficaria alinhado com os principais mercados de seguros no mundo, onde o setor é regulado dessa forma: uma lei específica para contratos e uma autoridade regulatória”.

Octaviani também afirmou que uma das principais mudanças trazidas pelo PL é a forma com que se regula o pagamento de indenizações ao segurado. “Na legislação atual, praticamente não há punição para uma seguradora que demora a pagar, e também não há obrigação de transparência no cálculo. Com o acordo, foi fechado um conjunto de prazos para que as empresas cumpram suas obrigações perante ao cliente”. Para os Seguros Massificados, o prazo geral será de 30 dias após a apresentação da documentação, e para os Grandes Riscos 120 dias, a depender de uma regulação específica que ainda será analisada e eventualmente publicada pela CNseg.

Dyogo Oliveira (FOTO: Luciana Whitaker)

Na última terça-feira (03), Oliveira esteve reunido com o ministro Fernando Haddad para fechar um acordo para a aprovação do projeto. Para o presidente da CNseg, o principal objetivo do PL é contribuir para que a imagem do mercado de seguros seja fortalecida e gere benefícios a longo prazo, estando alinhado às estratégias do Governo e do setor de expandir a sua penetração no Brasil. “No geral, o PL traz outras disposições no sentido de dar mais clareza e consequências sobre aquilo que está sendo acordado”.

Oliveira ainda ressaltou que a aprovação do PL irá auxiliar na aplicação do PDMS (Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros), lançado em pela CNseg em março deste ano, que visa atingir em 20% o número de brasileiros protegidos por um seguro e aumentar a participação do setor no PIB de 6% para 10% até 2030. “Vemos a aprovação desse projeto como um passo em direção ao progresso do segmento. Com mais transparência, o consumidor de seguros ao ler uma apólice vai saber exatamente o que ele está contratando. Já as seguradoras, elas vão saber como melhor se relacionar com seus clientes. Pensando nos benefícios para empresas consumidoras de seguro, o PLC traz certeza na organização dos fluxos internos”.

O PL, que tramita há quase 20 anos no Congresso Nacional, deve oferecer algumas mudanças que são importantes em outras áreas. Segundo Oliveira, uma das alterações feitas no PL original foi sobre o cosseguro, deixando claro as obrigações de cada seguradora e a parte que lhe cabe. De acordo com o projeto, a cosseguradora líder administra o cosseguro, representando as demais na formação e na execução do contrato, e as substitui, ativa ou passivamente, nas arbitragens e processos judiciais. “Sabemos que alguns assuntos, como a necessidade da aprovação da Susep para lançar produtos e a aprovação dos segurados para a aquisição de carteiras, eram tópicos que preocupavam. Sobre o processo de subscrição, o Projeto de Lei determina a aplicação de um questionário obrigatório e vinculante, no qual a seguradora deve perguntar aquilo que considere relevante para depois não afastar o direito à indenização do segurado”.

Questionado sobre quando deve ocorrer a aprovação do PL, Oliveira disse que o projeto passou por algumas alterações acordadas na reunião com Haddad, e agora deve ser enviado ao parlamento. “Queremos que a tramitação seja a mais rápida possível, para que possamos colocar em prática todos benefícios que desejamos trazer ao setor. O PLC prevê que, após aprovada a lei, as empresas terão um ano para se adaptarem a nova legislação”.

Octaviani disse ainda que está sendo elaborado uma estratégia de comunicação para apresentar ao setor, e principalmente ao consumidor, todas as mudanças que a nova lei deve trazer. “A comunicação se insere nessa política mais ampla de acesso ao seguro. Temos a intenção de fazer uma divulgação específica sobre a aprovação desse projeto”.

Nicole Fraga
Revista Apólice

Compartilhe no:

Assine nossa newsletter

Você também pode gostar

Feed Apólice

Ads Blocker Image Powered by Code Help Pro

Ads Blocker Detected!!!

We have detected that you are using extensions to block ads. Please support us by disabling these ads blocker.

Powered By
100% Free SEO Tools - Tool Kits PRO