Ultima atualização 06 de outubro

Healthtechs ganham espaço e movimentam mercado brasileiro

Segundo dados de um levantamento feito pela Liga Ventures, em parceria com a PwC Brasil, o número de startups com soluções para o setor de saúde cresceu 16,11% no Brasil entre 2019 e 2022

EXCLUSIVO – Não é de hoje que as healthtechs estão ganhando espaço no território brasileiro. Segundo dados de um levantamento feito pela Liga Ventures, em parceria com a PwC Brasil, o número de startups com soluções para o setor de saúde cresceu 16,11% no Brasil entre 2019 e 2022. Alvo de grandes investimentos, o segmento movimentou R$ 1,79 bilhão, distribuído em 36 operações de fusões e aquisições no período.

Ainda de acordo com a pesquisa, entre 2019 e 2021, São Paulo teve o maior número de healthtechs fundadas, com 56,52%. Já na comparação de startups ativas por estado, até março de 2022 a capital paulista liderava o ranking (50,13%), seguida por Rio Grande do Sul (8,06%) e Rio de Janeiro (7,81%). No período de análise do estudo, as empresas do setor tiveram um crescimento médio de 21,21% nos seus times, gerando aproximadamente 3813 empregos.

Fernando Ribeiro

“Pode-se dizer que o ramo das healthtechs era pouco explorado no Brasil, principalmente pelos impeditivos regulatórios e burocráticos. Com a chegada da pandemia, houve a necessidade de mudança rápida desses impeditivos devido à alta demanda do mercado, o que permitiu um crescimento rápido no número de empresas no país. Além das mudanças que a Covid-19 trouxe nos quesitos burocráticos, o Brasil tem sido alvo crescente de investidores do exterior, que estão possibilitando que projetos saiam cada vez mais do papel”, afirma Fernando Ribeiro, CEO e Cofundador da Alinea Health.

Através da ciência de dados, a healthtech realiza uma análise dos sinistros médicos do mercado. Essa análise permite realizar um encaminhamento inteligente dos colaboradores dos clientes aos melhores prestadores (médicos, hospitais, clínicas e laboratórios) dentro da rede dos planos de saúde. “Levando os funcionários aos melhores prestadores da rede do plano de saúde, conseguimos evitar consultas, tratamentos, procedimentos desnecessários, o que leva a diminuição dos elevados custos com sinistro”, diz Ribeiro.

Maikol Parnow

Outra healthtech que também decidiu apostar no Brasil é a Hygia Saúde, cujo objetivo é levar informação e mudança de hábitos focados em saúde preventiva. A startup ajuda as empresas a mapearem o risco de saúde dos funcionários através de tecnologia e, de maneira conjunta, monta estratégias que essas pessoas não adoeçam. “Entregamos um relatório completo ao RH da empresa com mapeamento de cinco tipos de saúde: mental, nutricional, física, qualidade do sono e saúde financeira. O cliente paga um valor mensal e tem acesso a um portfólio de soluções para seus funcionários, que vão desde check-ups anuais, passando por seguros e financiamento de cirurgias, até testes genéticos que mostram as melhores estratégias nutricionais e físicas para cada individuo de acordo com seu DNA”, afirma Maikol Parnow, CEO da companhia.

Segundo o executivo, toda startup que questiona o status quo de um mercado e coloca o cliente no centro das atenções, criando soluções justas para ele, faz o setor rever seu modelo de negócio. “Isso faz a competição aumentar e as grandes empresas se reinventarem. Nunca se viu um movimento tão grande de aquisições de pequenas startups por grandes conglomerados, ou os big players criando fundos de Venture Capital para se aproximarem dessas healthtechs. O surgimento de novos players democratiza o acesso aos que não possuem condições de acessarem as soluções mais complexas de saúde”.

Demetrios Christofidis

Na healthtech Sami, por meio de um aplicativo, o paciente contata seu time de saúde, formado por médico, coordenador e enfermeiro, e tem seu histórico salvo no sistema, podendo ser compartilhado com hospitais parceiros via interoperabilidade mediante autorização. A empresa foca em Atenção Primária a Saúde, aliando ciência, tecnologia e comprometimento humano para melhorar o bem-estar dos beneficiários. De acordo com Demetrios Christofidis, COO e diretor de relações com investidores da startup, “independente de instabilidades econômicas de curto prazo, a saúde suplementar tem múltiplos desafios e oportunidades, tais como o aumento da expectativa de vida, o custo de saúde e inflação médica acima da inflação normal. As healthtechs têm como propósito endereçar estes desafios, podendo trazer benefícios centenas de vezes superiores ao valor movimentado”.

Para Christofidis, com a aprovação do uso da telemedicina por parte do CFM (Conselho Federal de Medicina), a regulamentação da telessaúde, atualmente em análise no Senado, e o avanço do open health, a tendência é que a tecnologia aliada à saúde ganhe cada vez mais credibilidade no Brasil. “Tenho certeza que as healthtechs, que já nasceram no ambiente digital, se mostraram mais preparadas para atender a essa nova demanda do mercado. Nos próximos anos veremos startups mais maduras e fundos de Private Equity mais experientes, o que irá movimentar o setor e aumentar o número de fusões e aquisições”, ressalta o executivo.

Nicole Fraga
Revista Apólice

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