Os brasileiros estão menos preparados para a aposentadoria neste ano em relação a 2016. Esta é a constatação do Índice Aegon de Preparo para a Aposentadoria (ARRI), divulgado na Pesquisa de Preparo para a Aposentadoria, elaborada pelo Instituto de Longevidade Mongeral Aegon em parceria com os outros dois centros mundiais do grupo Aegon dedicados à longevidade.
O resultado brasileiro está na contramão da média global, que apresentou uma melhora no preparo para aposentadoria ou manutenção da nota em 12 dos 15 países pesquisados. Na lista das nações que registraram queda no ARRI junto com o Brasil estão a França e a Alemanha.
“O Brasil foi o país que apresentou a maior queda em relação ao ano passado. Saímos da nota 6,71 para 6,43. Em consequência disso, caímos uma posição do ranking global, o que nos deixou na terceira colocação”, explica Leandro Palmeira, superintendente de Projetos Estratégicos do Grupo Mongeral Aegon.
Um dos motivos que justifica a diminuição da nota do ARRI no país é a composição da renda na aposentadoria. A pesquisa revela que os brasileiros esperam que 49% de suas receitas ao se aposentarem venham do governo, através da previdência oficial pública; 28% de investimentos próprios, com planos de PGBL e VGBL, por exemplo; e 23% do empregador, por meio de planos previdenciários corporativos.
“No início do ano, os debates referentes à Reforma da Previdência ganharam força no Congresso Nacional. Como o brasileiro acredita que quase metade da sua renda na aposentadoria virá do INSS, é natural que mudanças nas regras atuais venham a afetar a percepção sobre o preparo para este momento da vida”, comenta Palmeira.
O outro lado
Embora o relatório aponte que 52% dos brasileiros sintam-se responsáveis em garantir uma renda suficiente para a aposentadoria, apenas 21% dos pesquisados afirmaram ter um plano muito bem desenvolvido. Outro dado que chama atenção é que só 16% dizem estar muito bem preparados e já poupam o suficiente.
Mesmo com este cenário, a pesquisa traz que 34% dos brasileiros acreditam que estão no caminho de garantir a renda necessária, e que 37% se certificam que estão poupando para a aposentadoria. Dentre os motivos listados para iniciar o planejamento, o atingimento de uma determinada idade foi citado por 41% e 22% citaram como justificativa a formação de uma família.
A pesquisa também questionou sobre o preparo financeiro caso a pessoa fique impossibilitada de continuar trabalhando até a idade planejada para a aposentadoria, revelando que 43% dos brasileiros – menos da metade – afirmam que estão preparados. Dentre as formas possíveis listadas de compor a renda para o caso de um evento inesperado estão as próprias economias (59%), dependência financeira de cônjuge (30%) e troca do imóvel para um menor (20%).