Ultima atualização 04 de fevereiro

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Seres foca na inovação

Executivos traçaram tendências e discutiram o futuro do mercado securitário no evento, realizado nos dias 29 e 30 de janeiro em São Paulo

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Realizado nos dias 29 e 30 de janeiro, em São Paulo, o Seres – Seguros e Resseguros Brasil Forum 2015 discutiu as tendências para o crescimento do mercado securitário ao longo deste ano.

Na ocasião Andre Gregori, CEO da BTG Pactual Seguros, traçou um panorama do mercado de seguros mundial. De acordo com o executivo, desde o final de 2014 há uma tendência de elevação da curva longa de juros do mercado americano. A medida impacta mundialmente no fluxo de divisa, que acaba migrando dos países em processo de desenvolvimento e expansão para cenários com menor risco de investimento. Isso prejudica os investimentos mundiais e afeta principalmente os países que demandam de investimento na área de infraestrutura como Brasil, Rússia, China e Índia.

“É muito importante olhar para a curva longa de juros, fator preponderante para os investimentos de infraestrutura e longo prazo e que, de fato, fomentam a economia dos países. Esperava-se que ela também crescesse, mas se analisarmos o gráfico dos últimos dez anos, vemos que a tendência é completamente oposta”, afirma Gregori.

O fluxo do mercado brasileiro, que passa por uma readaptação da economia, não deverá migrar de uma só vez para os Estados Unidos, onde teoricamente o mercado seria mais seguro. Mesmo com o atual patamar, a tendência é que o mercado continue soft, considerando que os balanços das grandes companhias estão fortalecidos e as empresas bem capitalizadas.

Outra questão apontada pelo CEO foi o preço do petróleo, que no último ano passou de US$ 110 para US$ 50 o barril. “O impacto é mais positivo do que negativo. Mas sabe-se que esse preço não é um preço real ou sustentado, pelo menos no que diz respeito ao mercado oriental, que entendeu que com o valor do petróleo lá em cima algumas outras fontes de energia começaram a surgir, como o xisto e o pré-sal”, explica.

Por fim, Gregori voltou às atenções aos eventos inesperados como o atentado aos franceses, a valorização do franco suíço e o plano de incentivo do Banco Central europeu, além de abordar o atual patamar da economia brasileira. “Vivemos um momento de cenário econômico desafiador, mas isso não deixará de gerar novas oportunidades ao setor”.

Novos produtos

Composto por executivos de diversas companhias, o debate focou principalmente na possibilidade do mercado e no desenvolvimento de novos produtos. Mediador da mesa redonda, Gregori afirmou que criar mercado é importante. “Dentro das nossas limitações, devemos tentar inovar sempre. Seguro não é um produto marginal”.

Para Luiz Macoto Sakamoto, diretor executivo da Yasuda Marítima, o grande potencial de crescimento do ramo está na área de massificados e de pequenas e médias empresas (PMEs). “Dados não oficiais apontam que 50% das PMEs não fazem seguro, seja porque não tem oferta ou porque não possui interesse no assunto”, afirma ele, completando que os canais de distribuição também é um assunto que, apesar de polêmico, deve ser discutido sem preconceitos.

Já Beatriz de Moura Campos Mello Almada, vice-presidente sênior e Legal & Compliance da Swiss Re, lembrou que, em 15 anos de atuação no mercado securitário, viu o segmento caminhar muito em alguns aspectos. Já em outros, nem tanto. “Precisamos amadurecer quanto à cultura do seguro, entender o que é seguro e como fazer do resseguro uma ferramenta aliada, de parceria”, observou ela.

Apesar de importante, Paul Conolly, da Generali, ressaltou que o mercado não deve considerar apenas a questão da inovação, mas também pensar nos produtos já existentes e se eles realmente atendem os clientes. “Temos que abrir os horizontes, oferecer produtos diferentes e ficar de olho no que andam fazendo”.

Lívia Sousa
Revista Apólice

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