O VGBL Saúde (produto que tem como objetivo auxiliar os contribuintes a arcarem com parte das despesas dos planos de saúde na aposentadoria), deve ser aprovado para comercialização ainda no primeiro semestre deste ano, afirmou o atual presidente da FenaPrevi, Osvaldo Nascimento, durante almoço do CVG-SP. O evento foi realizado nesta quarta-feira, 10 de abril, no Terraço Itália, em São Paulo.
A proposta do novo produto é isentar o pagamento do IR (Imposto de Renda) no resgate do montante aplicado. Segundo Nascimento, a proposta já foi apresentada à ANS, à Susep e ao Ministério da Fazenda. O formato do produto também permite que o consumidor escolha produtos de empresas diferentes. Por exemplo, o VGBL de uma e o seguro saúde de outra e, por meio de portabilidade, usar os recursos guardados no primeiro produto para arcar com os custos do segundo.
Um dos problemas queo Brasil enfrentahoje é o gasto público excessivo com a população acima de 65 anos, muito diferente do que ocorre nos países mais desenvolvidos e que têm a maior parte da população acima desta faixa etária. “O País encontra-se hoje no pico de jovens em condições de gerar produtividade para economia. Daqui para frente, tende a diminuir”, analisou Nascimento.
Segundo ele, é necessário que o governo fique atento para reformas constantes da previdência social, uma vez que haverá mais idosos no futuro e, portanto, o país cresceráem ritmo menor. Osetor de seguros, no entanto, também precisa ficar de olho para se adaptar às mudanças na população brasileira. “Precisamos de seguros com prêmios compatíveis a renda média da população”, disse.
Estimativas indicam que do nascimento até os 65 anos, o cidadão consumirá cerca de 15% de todos os gastos com saúde que terá ao longo da vida. Dos 65 em diante, consumirá os outros 85%. Com mais idosos fazendo parte da população, o regime público será cada vez mais precário no quesito saúde. Daí a importância da aprovação do VGBL Saúde, como uma forma de desonerar a saúde pública.
Osvaldo contou que a ideia do VGBL Saúde surgiu por volta de oito anos atrás, quando, na época, a indústria previdenciária tinha 3 bilhões de reais em reserva. Em 18 anos, esta reserva aumentou para 304 bilhões de reais. Porém, ressaltou o executivo, falta às pessoas a cultura de investir em longo prazo. “Nossa cultura é de curto prazo e não longo prazo. Essa é a dificuldade enfrentada pelo setor”, frisou.
Ensinar à população a importância de investir em longo prazo e que o seguro pode ser usado como instrumento de proteção social faz parte das atribuições do mercado segurador.
Jamille Niero/Revista Apólice