Ultima atualização 08 de setembro

Companhias aprendem com atentado de 11 de setembro

O atentado terrorista do dia 11 de setembro de 2001, ocorrido nos Estados Unidos, ensinou às seguradoras e resseguradoras a importância da percepção, subscrição e precificação de riscos, conforme estudo publicado pela Geneva Association para marcar os 10 anos do episódio. Segundo a publicação, estas lições vão muito além do seguro contra terrorismo e fizeram com que o setor ficasse ainda mais resistente para suportar outros eventos “impensáveis”.
Entre as principais “lições aprendidas” destacadas pelo estudo está a prova de que o sistema global de diversificação do risco através de transferência para o resseguro funciona. As perdas seguradas relacionadas ao evento foram absorvidas com sucesso, com empresas europeias assumindo a maior parte das reivindicações. Os modelos de negócios nacional e global de seguradoras e resseguradoras foram essencialmente validados.
Outro ponto destacado foi o capital de base da indústria mundial de seguros e resseguros, que foi restabelecido rapidamente. Essa percepção fez com que as resseguradoras acelerassem a criação de um modelo de negócios mais flexível e disciplinado baseado na “gestão do ciclo”, levando a um nivelamento de preços e capacidade.
Houve também um reconhecimento sobre os limites dos mecanismos de mercado e maior interesse do público sobre proteções. Parcerias público-privadas foram desenvolvidas, combinando a imposição solidária de requisitos, através de seguro obrigatório, com um esquema equilibrado de partilha de perdas. Estas parcerias têm provado serem ferramentas para a difusão do seguro contra terrorismo.
Segundo o estudo, o atentado demonstrou que a presença de uma indústria de seguros forte, com um quadro regulamentar adequado e supervisionado é vital para o bem-estar público, especialmente quando as sociedades se deparam com eventos extremos. Com isso, aprendeu-se que o setor de seguros pode reagir de uma forma flexível quando confrontado com eventos impensáveis e de grande escala.
Outro destaque foi que o setor tem despertado para a importância da segurança do contrato na condução do negócio. Resultou também em uma grande melhoria na qualidade de algumas práticas de negócios, como na subscrição dos riscos comerciais e privados.
Por sua vez, os resseguradores têm redobrado seus esforços para preparar-se para o “impensável”. Além de aumentar as capacidades tradicionais, estão atentos ao controle de acumulação e à precificação baseada em riscos. Já os intermediários estão dando mais ênfase na análise de cenários qualitativos e no planejamento. Essas iniciativas também envolvem novas formas de terrorismo, como a pirataria marítima destinada a interromper rotas de comércio vital e cyber ataques em grande escala. No entanto, apesar de existirem avanços na modelagem de perdas esperadas, a própria natureza do terrorismo e da interação dinâmica entre as políticas governamentais e o comportamento terrorista ainda não permitiram uma modelagem de risco baseada em probabilidade satisfatória.
De acordo com o estudo, os efeitos do atentado atingiram de forma limitada a regulação e supervisão de seguros nos EUA e em outros lugares. No entanto, contribuiu para a aceleração dos desenvolvimentos regulatórios nacional e internacionais já em curso.

Jamille Niero
Revista Apólice

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