“Nunca antes neste País”, o mercado de seguros viveu um ano tão bom. Brincadeiras à parte é essa a sensação da maioria dos executivos do setor entre vistados pela Revista Apólice durante o almoço de confraternização do CVG-SP, realizado ontem, 24 de novembro, no Terraço Itália. A percepção de boa parte deles é a de que 2010 é um dos anos mais marcantes da história do setor e 2011 tende a seguir este ritmo extremamente positivo. Essa postura começa da própria Susep (Superintendência de Seguros Privados). “Quando eu fiz algumas estimativas em abril, o pessoal dizia que eu estava sendo muito otimista, mas minhas projeções foram superadas”, afirmou o superintendente da autarquia, Paulo dos Santos.
De acordo com a autarquia, o volume de prêmios acumulado nos três primeiros trimestres do ano somou R$ 63,5 bilhões, o que representou um incremento de 16,2% em relação ao mesmo período do ano passado. “Eu espero que em 2011 nós continuemos neste caminho. Estamos diante das grandes obras e do aumento do poder de compra da população de baixa renda, que se resumem em oportunidades de crescimento do setor”, resumiu Santos.
O superintendente, cujo mandato pode ser prolongado para a gestão da próxima presidente eleita do Brasil Dilma Rousseff, informou que até agora não foram discutidas mudanças no comando da autarquia. “Assumi como superintendente em abril e no que depender de mim, eu permaneço. Nesses primeiros meses na autarquia, obtive melhor experiência profissional num mercado que tem tudo para continuar crescendo”, garantiu.
Para o presidente da Bradesco Seguros e da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), Marco Antonio Rossi, 2010 foi um ano muito bom e as expectativas são as melhores possíveis em todas as linhas de negócios. Segundo ele, o mercado de seguros deve atentar em dois pontos fundamentais. “Um deles é capturar a massa de novos compradores de seguros que correspondem a quase 40 milhões de pessoas que mudaram de classe social. O outro é aproveitar esses 4 milhões de pequenas e médias empresas que surgiram no Brasil”.
De acordo com Rossi, antigamente, essas organizações não tinham como dar benefícios para os seus empregados e hoje têm porque as receitas aumentaram e se sofisticaram. Para ajudar, o mercado de trabalho está extremamente competitivo. No próprio mercado de seguros, já falam em apagão de talentos, fazendo com que as empresas, independente do seu porte, ofereçam cada vez mais benefícios para fidelizar seus funcionários.
Essa visão positiva também foi observada por Patrick Larragoiti, presidente do Conselho da SulAmérica e vice-presidente da CNSeg. “Em 2010 e nos últimos 3 anos, o mercado ao longo dos seus 150 anos de história, nunca viu o desenvolvimento e crescimento que estamos vivenciando agora”.
De acordo com o executivo, a tendência das seguradoras é seguir essa mesma trajetória nos próximos anos em termos de expansão e, provavelmente, de maneira mais acelerada diante do “momento fantástico que o Brasil está passando”. “Vamos ter muito trabalho para os próximos anos”, avaliou.
O presidente da Ace Seguradora, Marcos Aurélio Couto, disse que 2010 foi um ano fantástico, ótimo. “Não foi surpreendente porque a gente colhe o que planta. A Ace cresceu acima de 30% no primeiro semestre e espero que até o final do ano possamos expandir acima deste patamar”. Segundo ele, o resultado do setor brasileiro de seguros é extraordinário, principalmente, neste momento global de recessão, no qual outros mercados não têm conseguido crescer sequer dois dígitos.
Pontos como um melhor relacionamento com o consumidor de seguros e maior presença política e econômica do seguro também foram destacados pelos executivos entrevistados. Muita coisa já foi feita. Novos produtos, variadas formas de publicidade para cativar o segurado, além das ações para melhorar o posicionamento de marca. Agora, é hora de fortalecer o que já deu certo, aperfeiçoar as áreas que ainda carecem de mais atenção do mercado de seguros e torcer por um 2011 melhor ainda.
Aline Bronzati
Revista Apólice
