Ultima atualização 24 de setembro

Essor Seguros: A criatividade brasileira como propulsor da inovação do mercado segurador

O mercado de seguros do Brasil é, assim como o setor bancário, um dos mais dinâmicos e avançados no mundo, ainda que o fluxo de investimentos de “venture capital” seja incipiente quando comparados aos mercados americano, asiático e europeu.

Há décadas as seguradoras vêm investindo na digitalização dos processos, principalmente de cotação e emissão de apólices, passando pelo meio de pagamento e sinistros.

Nosso país possui características únicas que propiciam a inovação. É um país de proporções continentais, que demanda criatividade e tecnologia para ganhar escala, possui um mercado consumidor forte e uma cultura diversificada. As seguradoras multinacionais podem utilizar o país como um “laboratório” para testar novos modelos para serem replicados em outros mercados.  

Quem atua a mais tempo no mercado, deve se lembrar dos disquetes e CDs que as seguradoras disponibilizavam aos corretores para atualizarem os kits de cálculo e transmissão de propostas. Hoje, tal tecnologia soa como pré-histórica e, obviamente, é uma tecnologia que foi totalmente substituída pelos atuais multicálculos e cotadores online, mas o impacto na criação de uma cultura digital ajudou a moldar o seguro como é feito hoje, principalmente com os corretores de seguros, que sempre tiveram a mente aberta para aceitar as novidades, ainda que com vários pontos a melhorar, mas sempre se disponibilizaram a ajudar as seguradoras a melhorarem seus processos e sistemas.

A criação de algo novo, ou fazer algo já existente de uma forma nova, não significa que é obrigatório incluir a digitalização ou uso de tecnologia. O mercado segurador vem inovando no desenvolvimento de novos produtos. Cito como exemplo recente o seguro voltado para cobrir perdas de transações indevidas via PIX ou cartão. Outro exemplo interessante de inovação local do mercado é a “tropicalização” de coberturas de seguros que já são vendidos em todo o mundo para a realidade brasileira. O seguro de D&O, voltado para cobrir eventuais danos causados por atos de gestão, precisou ser adaptado para atender legislações específicas do Brasil e o mercado sabe responder às demandas de forma dinâmica.

A distribuição de seguros através de canais massificados, como varejistas, financeiras e similares, também foi uma forma inovadora de propiciar uma primeira experiência para pessoas que não conseguem acessar o seguro pelas vias tradicionais pode ser considerado uma inovação brasileira, que se não foi criada aqui, certamente foi potencializada no país.

Mas o destaque é o seguro de transporte brasileiro, que é extremamente sofisticado devido às circunstâncias de termos um modal predominantemente rodoviário, com estradas mal conservadas, com quadrilhas especializadas em roubo de carga e motoristas pressionados forçaram as seguradoras a buscar tornar as carteiras viáveis, utilizando o gerenciamento de riscos com as tecnologias de IOT, Big Data e IA, fundamentais para que a logística do país possa ficar devidamente protegida, impactando o mínimo possível nos custos que podem recair sobre os cidadãos nos preços finais dos produtos.   

Portanto, a inovação e a digitalização são “apenas” meios para resolver demandas emergentes, ou seja, a inovação surge da necessidade e não da obrigação da inovação pela inovação. Infelizmente, muitas startups ficaram pelo caminho porque focaram mais em impressionar investidores, sem ter um propósito verdadeiro de atender uma necessidade real.

Roberto Uhl, Head of Business Development and Market Intelligence da Essor Seguros.

*Artigo originalmente publicada na Revista Apólice #311.

Compartilhe no:

Assine nossa newsletter

Você também pode gostar

Feed Apólice

Visão geral da privacidade

Este site utiliza cookies para que possamos lhe proporcionar a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas no seu navegador e desempenham funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.