Ultima atualização 11 de setembro

 AXA no Brasil: Riscos não seguráveis e mudanças climáticas

AXA no Brasil
Erika Medici, CEO da AXA no Brasil

O setor de seguros foi construído sobre a lógica de prever riscos, calcular probabilidades e oferecer proteção. Mas, e quando os riscos ultrapassam o previsível e o futuro já não pode ser modelado com base apenas no passado?

É exatamente esse o contexto que as mudanças climáticas vêm impondo ao setor. Ondas de calor intensas, eventos extremos cada vez mais frequentes, impactos em cadeias produtivas inteiras. Os chamados “riscos não seguráveis” deixaram de ser exceção. Mas, em vez de paralisar, esse novo cenário tem impulsionado o mercado a se reinventar.

Em todo o mundo, seguradoras estão redesenhando produtos, incorporando tecnologia à subscrição, criando parcerias para prevenção de perdas e se posicionando como agentes da transição para uma economia mais resiliente. 

A inteligência de dados associada à análise climática passou a ser mandatória, somada à   inclusão de itens e serviços como o uso de imagens de satélite na agricultura, oferta de coberturas específicas para projetos de energia renovável, passando pelo monitoramento constante e a implementação de ações de gerenciamento de risco ao longo da vigência da apólice. 

Na AXA, acreditamos que nosso papel vai muito além da indenização de sinistros. Atuamos de forma estratégica ao lado de clientes e corretores, desenvolvendo soluções que contribuam para a prevenção e para a melhoria contínua da qualidade do risco. Essa mudança de postura tem impactado não apenas os nossos produtos, mas também a forma como nos relacionamos com nossos parceiros, com o mercado e com o meio ambiente. No fim do dia, nosso compromisso é transformar riscos não seguráveis em riscos seguráveis. Esse é um trabalho profundo, de longo prazo e com impacto real para a sustentabilidade do setor.

É claro que os desafios são imensos. O primeiro e mais importante é o fato de o seguro não ser um serviço priorizado por empresas e famílias. Com isso, nem sempre é possível uma retomada mais rápida e menos dolorosa em desastres climáticos. Um exemplo: menos de 10% das perdas causadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul estavam seguradas. Isso evidencia o tamanho da lacuna de proteção que ainda precisamos enfrentar. Mas também mostra o quanto há espaço para evoluir, inovar e ampliar nosso alcance.

Essa transformação tem sido acompanhada por movimentos estruturais importantes, como a construção de uma taxonomia brasileira de seguros sustentáveis, com o objetivo de classificar e impulsionar produtos que tragam benefícios sociais e ambientais de forma muito concreta. Outro é o protagonismo que o setor assumirá na COP 30, com a criação da Casa do Seguro, iniciativa capitaneada pela CNseg que traz um espaço de diálogo e soluções em plena Amazônia, sinal claro de que o setor está comprometido com a agenda climática.

A resposta não virá de uma única empresa, iniciativa ou produto. Ela será coletiva. E está acontecendo agora. Como executiva do setor há mais de 20 anos, posso afirmar com confiança: vivemos uma transformação acelerada, de maior vocalização do nosso papel social e ambiental.  Proteger o que importa sempre foi o nosso propósito. Agora, ele se amplia: proteger o futuro, apoiar a adaptação e participar ativamente da construção de uma economia mais sustentável. Os riscos mudaram e nós também.

Erika Medici, CEO da AXA no Brasil.

*Artigo originalmente publicada na Revista Apólice #311.

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