Ultima atualização 10 de outubro

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Inova Silver 2025: oportunidades e desafios da longevidade no mercado brasileiro

EXCLUSIVO – Com a população brasileira envelhecendo mais rápido que países desenvolvidos, a terceira edição do Inova Silver, promovida pelo Silver Hub, trouxe nesta quinta-feira (09) debates sobre os impactos da longevidade na economia e nos negócios. O evento reuniu executivos, investidores, startups e especialistas em Silver Economy, mostrando que a chamada economia prateada já é um fenômeno estruturante, que exige adaptação de empresas e políticas públicas.

Segundo dados do IBGE, até 2030 a população com 60 anos ou mais será maior do que a de crianças até 14 anos. Para Cristián Sepúlveda, CEO do Silver Hub e da Apex América, o papel do Inova Silver é estratégico. “O objetivo é mostrar que a longevidade deve ser tratada como prioridade estratégica para negócios, investimentos e políticas públicas”.

Com programação dividida em painéis, o evento discutiu desde a visão de CEOs sobre a longevidade até oportunidades para bancos, seguradoras, empresas de tecnologia, saúde e experiência do consumidor.

A abertura contou com Angela Assis, presidente da Brasilprev, que destacou a longevidade como fenômeno consolidado. “Cada vez mais as famílias estão ficando menores e mais longevas. É fundamental repensar educação financeira, consumo e como as empresas oferecem oportunidades”, disse. Segundo ela, 60% das pessoas com mais de 60 anos sustentam suas famílias, e essa faixa etária já representa mais de 20% do consumo. Apesar disso, alertou, 70% das empresas ainda não possuem iniciativas voltadas a esse público.

Lídia Abdala, presidente executiva do Grupo Sabin, destacou os desafios para empresas de saúde. “O cuidado com a longevidade começa antes da velhice. É preciso investir em estruturas e modelos mentais que atendam ao cliente de forma integral, combinando recursos tecnológicos e atenção preventiva”.

Jaime Troiano, presidente do conselho da TroianoBranding, trouxe à tona a questão da representatividade: “72% das pessoas não se sentem representadas nas propagandas. As empresas ainda falham em comunicar adequadamente com esse público”.

Inovação Prateada: produtos e serviços para o público 60+

Marcos Ferreira, cofundador da Silver Hub, abriu o painel sobre Inovação Prateada destacando oportunidades para bancos e seguradoras, lembrando que 45% dos consumidores consideram que não há produtos voltados ao público 50+.

Bruno Simão, do Banco Mercantil, reforçou que inovação não é apenas criar novos produtos, mas soluções acessíveis e centradas no consumidor mais velho. “Esse público não quer ficar de braços cruzados, eles querem aprender e explorar oportunidades. Empresas que não entendem isso vão ficar para trás”, disse.

Rivaldo Leite, CEO da Porto Seguro, afirmou que a companhia criou mais de 100 produtos voltados para a longevidade, mas reconhece que ainda há muito a aprender. “Todos os dias ajustamos nosso olhar para esse público. O consumidor quer ser atendido do jeito que ele deseja, não do jeito que a empresa quer”.

Marcus Vinicius, CEO do Grupo Wiz Co, reforçou a importância do corretor de seguros na personalização e segmentação de produtos, e lembrou que plataformas de inovação devem tratar todos de forma equitativa, garantindo qualidade e cuidado consistentes.

Durante o painel “Inovar com Propósito: longevidade como valor estratégico”, Fátima Lima, diretora de sustentabilidade da Mapfre, explicou que a longevidade está incorporada na estratégia de sustentabilidade da companhia. “Olhar para o público sênior gera oportunidades de cuidado e inclusão. Escuta ativa é fundamental para criar produtos relevantes”, disse.

Gleisson Rubin, do Instituto de Longevidade MAG, enfatizou que a tecnologia deve caminhar junto com o público 60+, sem deixar de lado o letramento digital. “A inovação não deve excluir quem ainda não domina essas ferramentas”, afirmou.

Por sua vez José Renato Hopf, fundador da Raiô Benefícios, reforçou o crescimento inevitável desse mercado e a necessidade de adaptação das empresas. Enquanto Kleber Neves, da MedSênior, destacou a importância da medicina preventiva como estratégia central para reduzir sinistralidade e atender melhor esse consumidor.

Ao longo do dia, o Inova Silver 2025 percorreu todos os aspectos da economia prateada, reunindo debates sobre negócios, saúde, inovação e experiências para o público 60+. Especialistas discutiram como o envelhecimento impacta sistemas públicos e privados de saúde, destacando modelos preventivos, novas tecnologias de cuidado e formas de engajar essa categoria de consumidor, reforçando que empresas e governos precisam planejar ações integradas, desde a prevenção até tratamentos especializados, com foco em eficiência e sustentabilidade. O evento também explorou como criar experiências significativas e personalizadas para o público maduros, considerando turismo, entretenimento e serviços de consumo, sempre com atenção à inclusão e à qualidade de vida.

“A economia prateada é um movimento estrutural. A inovação precisa caminhar junto com o público, promovendo inclusão, oportunidades e cuidados consistentes em todos os setores”, concluiu Marcos Ferreira.

Nicholas Godoy, de São Paulo.

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