EXCLUSIVO – Na abertura oficial da Conseguro 2025, evento organizado pela Confederação Nacional das Seguradoras, Dyogo Oliveira disse que é um absurdo o mercado ser obrigado a investir suas reservas em compra de crédito de carbono, ou um IOF de 5% sobre a poupança de quem quer investir em um VGBL, não no seu lucro, mas no seu investimento.
O presidente da CNseg alertou as autoridades sobre o absurdo que esta medida representa e está otimista com os resultados das conversas. “Todo o setor produtivo brasileiro, a economia do País, tem claro que para não é possível construir um país penalizando a poupança. Nossa expectativa de vida é muito grande e um país que não se preparar para isso não estará no futuro”, lamentou.
Precisamos buscar apoio dos parlamentares e diálogo com o Governo. “Não nos curvaremos e temos a missão de explicar o que é o produto e a indústria. Temos uma agenda gigantesca para caminhar, com a regulamentação da reforma tributária e as APV’s”. Segundo o executivo, o Brasil já está preparado em termos de tecnologia. Por outro lado, há uma avalanche chamada risco climático que terá consequência em todas as carteiras. “Não vejo possibilidade de acordo global nenhum que vá parar os efeitos da transição climática”.
Sobre a participação da CNseg nas discussões climáticas, Oliveira citou que em nenhuma das 29 sessões anteriores da COP houve alguma menção ao seguro. “Estaremos na COP 30 com um grande pavilhão chamado Casa do Seguro. Temos que estar presentes nas duas ondas: mudanças climáticas e transição tecnológica”.
O presidente da Federação Nacional dos Corretores de Seguros, Armando Vergilio, disse na Conseguro que esta é uma excelente oportunidade para um brainstorm para desenhar um futuro melhor para o setor. “Tantas mudanças ocorreram com grande frequência e em pouco tempo. Estamos trocando as rodas com o carro em movimento para acompanhar os avanços tecnológicos e a entrada da Inteligência Artificial”. Para ele, o novo cenário oferece motivos para otimismo também. Diante do mercado estão uma série de desafios para os quais os 142 mil corretores de seguros profissionais estarão alinhados com a CNseg para enfrentá-los.
Alessandro Octaviani, superintendente da Susep, disse que o desafio regulatório é dar conta das leis estruturantes, a Lei 15040, a Lei do Contrato do Seguro, que traz segurança para quem quer contratar produtos do nosso mercado. “Confiança é a base do nosso negócio e é a função desta lei, que deve ser regulamentada na base do diálogo”.
A Lei 213 traz maior oferta ao mercado e é o grande desafio. “O mercado de seguros é concorrencial e isso é saudável. Estamos ajudando a pavimentar a sustentabilidade do mercado para os próximos anos. Temos que ter estratégias para lidar com este futuro”. Ele sugeriu que seja criado um núcleo estratégico de pensamento para as grandes tendências que amarrarão os vieses do mercado de seguros.
O Brasil é um fato planetário. O que se passa aqui vai para além dos limites do País. “Nosso mercado tem condições de pensarmos grande não apenas sobre ele mesmo, mas sobre o País”, exaltou Octaviani, na abertura da Conseguro.
Kelly Lubiato