Ultima atualização 20 de agosto

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Latin Re: linha direta com o mercado internacional

NAS MAIS DIFERENTES LINHAS DE NEGÓCIOS, A LATIN RE TRABALHA PARA TRAZER NOVOS CONSUMIDORES E NOVO CAPITAL PARA O MERCADO DE SEGUROS
Rafael Caminha, da Latin Re
Rafael Caminha

EXCLUSIVO – A Specialty de linhas financeiras da Latin Re foi constituída com foco totalmente centrado nas pessoas. Hoje, transaciona quase US$ 8 milhões em prêmios por ano, valor que cresce de forma exponencial. A maior parte dos valores transacionados (80%) está em apólices de D&O, cujo volume de prêmio/ ano no Brasil chega a R$ 1,3 bilhões, mas cujo valor vem caindo ano após ano devido ao ambiente competitivo entre os provedores de capital, com descontos de 20% a 30% para os clientes nos últimos três anos. Os outros 20% estão segmentados em outras linhas de negócios, como E&O, Cyber e Responsabilidade Civil.

“Em termos de tração de negócio, Cyber é a linha com maior movimentação, com um volume bem maior de capital disponível para riscos na América Latina comparado a alguns anos atrás. Estimamos que hoje, em termos de capacidade ativa, tenhamos em torno de USD 100 milhões disponíveis por risco, o que representa mais do que o dobro de alguns anos atrás”, informa @rafael caminha Rafael Caminha, Managing Director de FinPro & Casualty.

Os limites contratados no seguro de Responsabilidade Civil estão muito aquém da real necessidade e dos riscos envolvidos. Grandes clientes, cujo faturamento está acima de R$ 30 bilhões, possuem um limite de R$ 150 milhões, provavelmente por uma questão financeira. “Existe muita capacidade em um nível muito competitivo para esses contratos nas principais seguradoras brasileiras. Não é uma dificuldade do mercado, mas uma cultura de transferência de risco que é suprimida pela vontade de fechar um prêmio um pouco menor”, avalia Caminha. O viés financeiro ainda é predominante na decisão de contratação do seguro de Responsabilidade Civil.

O seguro D&O é um produto maduro no Brasil e no mundo, devido ao conhecido social inflation, termo que descreve os custos de sinistros em curva ascendente, como resultado da tendência também elevada de litigiosidade na sociedade como um todo. Aliado a isso, o beneficiário da apólice é justamente o tomador de decisão nas empresas, fato que ajuda a equiparar a necessidade com a realidade. “Falando sobre Brasil, tivemos um crescimento exponencial desde 2010, mais especificamente de R$ 150 milhões por ano para R$ 1,1 bilhão, com queda de dois dígitos nos últimos anos em função da queda nos prêmios e taxas praticadas nesse período. Além disso, empresas menores já entraram no rol de consumidores, pela eficiência gerada por canais digitais providos pelas grandes seguradoras no país e a maturidade sobre o produto”, considera Caminha.

Na linha de Cyber Risk, o mercado conta com prêmios de R$ 200 milhões por ano, o que é pouco, considerando que a real necessidade do mercado é muito maior. Caminha avalia que a proporção é desigual, porque havia um volume de capacidade muito baixo no mercado para riscos no Brasil em comparação à real necessidade dos grandes riscos. “Hoje temos um valor de capital muito maior, mas a conversão ainda é lenta devido às discussões internas necessárias dentro das empresas, em face de um produto em desenvolvimento, por mais que a percepção de risco seja grande”.

O RC Geral é um seguro maduro, com cerca de R$ 1,8 bilhão em prêmios. É um volume condizente com o setor de grandes riscos e que conta com canais de distribuição proporcionais para cada nicho. No varejo, já existem meios digitais que atingem os pequenos e médios clientes, com grande número de negócios. Larissa Capiberibe, coordenadora de RC da Latin Re, comenta que em casos menos complexos, nas apólices de Property, está sendo incluída a cobertura de RC. “Isso é um problema porque reduz a contratação stand alone do RC, respeitando suas particularidades e cláusulas, mas as seguradoras têm um limite para RC nos contratos, geralmente muito baixo. Há casos de indústrias com faturamento enorme com cobertura de R$ 1,6 milhão de RC Operações, por exemplo. Se houver problemas, teríamos um hiato entre necessidade e exposição”.

Para o seguro Cyber, quando há mídia negativa sobre o tema em função de um ataque hacker a grandes empresas, aumenta a percepção do risco, o interesse e, consequentemente, a contratação. Felipe Fernandes, coordenador de Linhas Financeiras, avalia que “é um item que faz crescer o interesse da sociedade. O incidente da CrowdStrike, onde a avaliação em termos de prejuízos a serem cobertas pela indústria é bastante incerta, contribuiu para despertar a necessidade do seguro, porque atingiu diversas indústrias dos mais diferentes segmentos. Para uma melhor explicação, temos cobertura disponível cujo gatilho da apólice seja um evento não malicioso, como é o caso. Em relatório gerado pela Fi- tch Ratings, a estimativa em termos de perdas para todas as linhas em função do evento, incluindo Cyber, é entre USD 5 bilhões a USD 9 bilhões, porém difícil prever algo concreto”, avalia Caminha. Como corretor de seguros, o core business do broker é a prestação de serviços nas mais diferentes esferas, como tempo de resposta, investimento em estruturas de risco alternativas em prol do cliente, informação e soluções de portfólio trabalhadas com os resseguradores. A preocupação com inovação também é frequente, por isso, a Latin Re investe agora no tratamento de dados dos riscos e clientes para melhorar as suas análises. “Contratamos Milena Hechtman para realizar todo o trabalho de Business Intelligence, com o objetivo de acelerar os processos e melhorar os resultados das análises de dados”, completa Caminha.

*Matéria publicada na edição #299 da Revista Apólice

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