Ultima atualização 24 de maio

Indenizações para segurados do RS já ultrapassam R$ 1 bilhão

De acordo com o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, este deve ser o maior sinistro relacionado à desastres naturais da história do setor
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(FOTO: Divulgação)

EXCLUSIVO – De acordo com um levantamento da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras), feito junto as suas 140 associadas entre 28 de abril e 22 de maio de 2024, a população atingida pelas enchentes no Rio Grande do Sul já registrou 23.441 avisos de sinistros, somando R$1,673 bilhão em indenizações que serão pagas aos clientes. A entidade realizou uma coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (24/05), na qual o presidente Dyogo Oliveira comentou sobre o tema.

Oliveira ressaltou que os números são preliminares, mas a Confederação acredita que este será o maior sinistro da história do mercado de seguros no Brasil relacionado a desastres naturais. “A maioria dos segurados ainda não solicitaram o pedido de indenização, pois o foco agora é sobreviver e tentar recuperar a dignidade. Portanto, qualquer estimativa neste momento sobre o impacto nos danos patrimoniais é precipitada. Vale reforçar também que as companhias estão trabalhando de maneira ágil e assertiva para pagar os sinistros em até 48 horas”.

Os produtos que registraram os maiores índices de sinistralidade nas seguradoras foram o Residencial e o Habitacional, que juntos somaram 11.396 sinistros e quase R$ 240 milhões em pagamentos previstos. Com 8.216 registros, o seguro Automóvel aparece em segundo lugar, superando os R$ 557 milhões. Na terceira posição do ranking, o seguro Agrícola totaliza 993 registros e R$ 47 milhões em indenizações aos produtores agrícolas.

Na sequência, aparece o seguro de Grandes Riscos (386 sinistros), atingindo cerca de R$ 510 milhões em indenizações. “Cada ramo tem sua especificidade. Os Grandes Riscos são seguros corporativos que incluem empreendimentos de infraestrutura. Uma estrada concedida à iniciativa privada, um complexo industrial ou uma grande unidade fabril se enquadram nesta categoria, pois o valor do seguro supera R$15 milhões. Os valores abaixo deste patamar se enquadram como empresariais”, disse Oliveira.

Os demais seguros, como o Empresarial, Transporte, Riscos Diversos e Riscos de Engenharia, registraram 2.450 avisos de sinistros, e totalizam pouco mais de R$322 milhões de indenizações a serem feitas. Segundo o executivo, “ainda não há como dizer que este evento irá impactar na precificação do seguro nos próximos meses”.

Logo após o início das chuvas no RS, a entidade recomendou às suas associadas que atuam no Estado a prorrogação dos contratos de seguros de todos os segmentos. A extensão de prazo também se aplica aos boletos emitidos pelas seguradoras com vencimento neste mês, sem prejuízo no atendimento da cobertura dos contratos.

O presidente da CNseg também ressaltou a importância da aprovação do Seguro Social de Catástrofe, que está em debate com o Governo e com o Congresso Nacional, e funcionaria como um instrumento de proteção e amparo financeiro para a população atingida pelos desastres provocados por chuvas, inundações, alagamentos ou deslizamentos. “A verdade é que a infraestrutura brasileira deve ser repensada para que possamos lidar com desastres como este, que infelizmente poderão ser mais frequentes. Se os gaúchos já tivessem o Seguro Social de Catástrofe, certamente muitas famílias estariam em uma situação um pouco melhor e teriam como suprir suas necessidades neste primeiro momento. É importante falar também que quem tiver financiamento ativo tem direito ao seguro Habitacional, que cobre casos de enchentes e irá auxiliar o proprietário do imóvel na reconstrução do seu patrimônio”.

Oliveira afirmou que o negócio das seguradoras não deve ser prejudicado devido às enchentes no Rio Grande do Sul, pois a regulamentação e supervisão do setor de seguros são bem estruturadas e preparadas para suportar este tipo de sinistro. O executivo também falou que a cobertura de alagamento deve ganhar mais importância após este evento. “Lugares que nunca sofreram com a chuva foram afetados, e estamos falando de uma grande cidade e região metropolitana. Fica o alerta para que as pessoas se atentem para o risco de alagamento e adquiram esta cobertura no momento da contratação do seguro”.

Nicole Fraga
Revista Apólice

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