Ultima atualização 15 de fevereiro

Incidentes cibernéticos e interrupção dos negócios preocupam gerenciadores de risco

Segundo o relatório Allianz Risk Barometer 2024, ferramentas de detecção e resposta precoce estão se tornando cada vez mais importantes para gerenciar estes e outros riscos
riscos
David Colmenares

EXCLUSIVO – Segundo o relatório Allianz Risk Barometer 2024, incidentes cibernéticos, como ataques de ransomware, violações de dados e interrupções de TI, são a maior preocupação para empresas no mundo neste ano (36%  das  respostas, 5  pontos percentuais  à  frente  do  segundo  maior  risco). Na segunda posição, a interrupção dos negócios é um dos riscos iminentes para as companhias e em terceiro as catástrofes naturais. O estudo ouviu mais de 3 mil profissionais de gerenciamento de riscos.

“Os agentes de ameaças (os hackers) estão explorando maneiras de utilizar a Inteligência Artificial (IA) para automatizar e acelerar ataques, criando malwares e phishing mais eficazes. Aliado à explosão de dispositivos móveis conectados e à Internet das Coisas (IoT) habilitada para 5G, prevenir um ciberataque está se tornando mais difícil, e as apostas são mais altas”, afirma David Colmenares, Managing Director de Allianz Commercial para LaTam.

De acordo com o executivo, as capacidades e ferramentas de detecção e resposta precoce estão se tornando cada vez mais importantes. O investimento em detecção apoiada por IA também deve ajudar a identificar um maior número de incidentes em estágios iniciais. “Se as empresas não possuírem ferramentas eficazes de detecção precoce, isso pode resultar em períodos mais longos de inatividade não planejada, custos aumentados e um impacto maior nos clientes, na receita e na reputação”.

Prevenindo que esses ataques aconteçam, o seguro cibernético atua como uma rede de segurança financeira, que auxilia organizações a enfrentarem os desafios complexos e em constante evolução apresentados pelas ameaças cibernéticas. Ele oferece cobertura essencial para os custos associados a violações de dados, como investigação do incidente, notificação de indivíduos afetados e abordagem de quaisquer ramificações legais. O produto também desempenha um papel crucial em apoiar a capacidade de recuperação e remediação no pós-incidente cibernético, cobrindo despesas relacionadas à resposta ao incidente, restauração de sistemas e interrupção de negócios.

“Além dos aspectos financeiros, o seguro cibernético auxilia na gestão da responsabilidade legal, garantindo conformidade com regulamentações e protegendo nossa reputação. No infeliz evento de uma violação de dados, possuir uma apólice de seguro cibernético robusta nos permite responder de maneira rápida e eficaz, demonstrando nosso compromisso com a segurança e a resiliência”, afirma Colmenares.

Para evitar a interrupção dos negócios, o segundo risco mais citado entre os entrevistados pelo Allianz Risk Barometer, o executivo diz que a “pedra angular” da proteção é o Seguro de Interrupção de Negócios, que oferece cobertura para a receita perdida e despesas operacionais durante interrupções causadas por eventos específicos, desde perturbações na cadeia de suprimentos ou em relacionamentos comerciais-chave, até custos adicionais incorridos para minimizar o tempo de inatividade, proporcionando uma proteção abrangente contra contratempos financeiros.

“Apesar dos esforços para aprimorar a resiliência, a necessidade de eficiência significa que muitas empresas ainda operam com baixos níveis de estoque e fabricação just-in-time, resultando em pouca margem para erros ou interrupções. Na Allianz Commercial, destacamo-nos por nossa abordagem proativa e abrangente à gestão de riscos, que combina soluções locais sob medida com o suporte global da principal marca de seguros do mundo, permitindo que as empresas enfrentem contratempos e saiam mais fortes deles” reforça Colmenares.

Dados os contínuos conflitos no Oriente Médio e Ucrânia, e as tensões entre China e EUA, a pesquisa também apontou que os riscos políticos e a violência sobem do 10º para o 8º lugar entre os mais citados pelos entrevistados. O risco político em 2023 atingiu o patamar mais alto em cinco anos, com cerca de 100 países considerados de alto ou extremo risco de tumultos civis, incluindo o Brasil. Além disso, 2024 é também um ano eleitoral recorde, com até 50% da população mundial podendo ir às urnas, o que gera preocupação entre os empresários quanto ao fortalecimento do populismo e da polarização, o que pode se manifestar em um aumento da atividade de tumultos civis.

“Isso ocorreu em 2023 em alguns países da América Latina, como Argentina, Brasil e Guatemala, onde protestos intensos e conflitos sociais surgiram devido aos resultados eleitorais que levaram a mudanças no governo. Na Allianz Commercial, permaneceremos vigilantes, adaptando-nos aos desenvolvimentos globais e colaborando com nossos clientes no Brasil e na região para fornecer soluções eficazes de gestão de riscos diante desses desafios, assim como temos feito por mais de 100 anos e nos momentos mais complexos de nossa história recente”, afirma Colmenares.

Outro risco citado entre os gerenciadores ouvidos pelo estudo, a escassez de mão de obra qualificada (12%) é vista como um risco menor do que em 2023, caindo da 8ª para a 10ª posição. No entanto, empresas na Europa Central e Oriental, Reino Unido e Austrália a identificam como um dos cinco principais riscos de negócios. Segundo os entrevistados, especialistas em TI ou dados são vistos como os mais difíceis de encontrar, tornando essa questão um aspecto crítico na luta contra crimes cibernéticos.

As condições de trabalho das empresas também ocupam uma posição elevada na lista de riscos ambientais, sociais e de governança (ESG), de acordo com o Allianz Risk Barometer. Questões como o engajamento dos funcionários figuram como a terceira principal tendência de risco ESG de maior preocupação para as empresas (35% das respostas), ficando atrás apenas da resiliência em cibersegurança e dos crescentes requisitos regulatórios e de divulgação.

“Um recente relatório da Comissão Europeia reconheceu que a escassez de mão de obra não apenas existe em diversos setores e ocupações em todos os níveis de habilidade, mas também pode aumentar impulsionada pela criação de novos empregos e pela necessidade de substituir trabalhadores que se aposentam. A população em idade de trabalho está projetada para diminuir de 265 milhões em 2022 para 258 milhões até 2030. Esses riscos podem ser minimizados priorizando a saúde e segurança, salários justos, comunicação aberta e conformidade regulatória. As empresas também devem adotar pesquisas regulares de feedback dos funcionários e levá-las a sério”, ressalta Colmenares.

Nicole Fraga
Revista Apólice

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