Ultima atualização 25 de setembro

FIDES 2023: Mercado do seguros no Brasil deve crescer com segurança jurídica

Representantes do setor e autoridades estão reunidos na FIDES 2023 para debaterem a importância da sustentabilidade e dos seguros inclusivos, entre outros temas

EXCLUSIVO – A Conferência Hemisférica de Seguros – Fides 2023, começou ontem (24) no Rio de Janeiro, com a participação de mais de 2000 pessoas, de 41 países da América Latina, Europa e Ásia. A sessão de abertura aconteceu hoje, com a participação do Ministro do Supremo Tribunal Federal, Luis Roberto Barroso, e do Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, do governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro e do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, além de Armando Vergilio, presidente da Fenacor e do superintendente da Susep, Alessandro Octaviani.

Dyogo Oliveira, presidente da CNseg e anfitrião do evento, foi o primeiro a discursar e afirmou que a Fides acontece em um momento especial para o Brasil, com a retomada do otimismo e da confiança nos mercados, além reconquista da credibilidade do Brasil e seu protagonismo e liderança global. “No plano econômico, estamos comprometidos com a retomada do crescimento e a preservação do meio ambiente”.

Diante da conjuntura geopolítica, novas oportunidades devem surgir para os países da América Latina, e o Brasil é um catalisador das oportunidades. “É neste ambiente de retomada que a Fides é realizada, com setor de seguros relevante e com capital fundamental na América Latina, garantindo renda e proteção. Isso permite que decisões importantes de investimento sejam tomadas, o que repercute na sociedade. O setor tem cumprido papel diante da sociedade, retornando em indenizações, atendimentos médicos etc o valor de R$ 450 bilhões em 2022. Seguros é uma ferramenta de desenvolvimento, que viabiliza a execução de projetos de infraestrutura. Também tem papel fundamental na preservação do meio ambiente”.

Muito já foi feito, mas ainda há vários desafios, com mensagens mais claras para a sociedade da sua função. Esta é a importância da mesa de abertura com autoridades tão importantes, para mostrar à sociedade sua marca. “A grande missão é fazer com que a sociedade perceba os seus papeis e para que o crescimento do setor contribua para a melhoria de qualidade de vida das pessoas e das empresas”, pontuou Oliveira.

O compromisso com a pauta da sustentabilidade ganha visibilidade para a conferência. “No momento em que país se prepara para sediar a Cop30 em 2025, temos que pensar ferramentas e metodologias para enfrentar eventos climáticos mais severos e frequentes. Nós temos como minimizar os prejuízos e viabilizar a transição energética. Temos que oferecer maior previsibilidade e confiança para a sociedade. Faço uma convocação para o setor para entregar mais resultados e ferramentas inovadoras para a transição para a sustentabilidade”, convocou Oliveira.

O presidente da Fides, Rodrigo Bedoya, arranhou um excelente início de discurso em português. Disse que o Brasil é tão grande e poderoso que se os países da América Latina falassem a mesma língua, as oportunidades de desenvolvimento mútuo seriam enormes. “Nos reunimos com espírito unido, além da América Latina e mais países da Europa e Estados Unidos. Temos a força internacional e a necessidade de reforçar os laços comerciais entre nós. Estamos em um momento singular, com. avanços tecnológicas e novos riscos que mudam a expectativa dos clientes e estão reformulando a forma de abordagem dos riscos e a maneira de oferecê-los”, classificou Bedoya.

Como desafios, ele enumerou: baixa penetração do mercado de seguros na sociedade; falta de educação financeira e cultural sobre seguros; seguros inclusivos; dificuldades da regulação e da supervisão; riscos naturais e desastres; ciber segurança; sustentabilidade e mudanças climáticas; acesso à tecnologia e digitalização.

“Neste contexto que nos reunimos para trocar ideias e aprender juntos, para construir sociedades mais justas e harmoniosas. É preciso contribuir com o crescimento das economias, com panorama de seguros mais sólidos e inclusivos. Fides é a confederação setorial mais relevante da região, que oferece oportunidades aos players globais de seguros.

Armando Vergilio, presidente da Fenacor, ressaltou que há 133 mil corretores de seguros e 60 mil empresas corretoras, que respondem por 90% de todos os seguros feitos no Brasil, gerando mais de 200 mil empregos diretos. “Nos próximos dias debateremos o setor de seguros aqui na Fides e em outros dois grandes eventos: o Conec, em São Paulo, com mais de 5 mil corretores de seguros participantes; e em 10 de outubro, o Conexão Futuro Seguro, um grande evento de treinamento digital. De 10 a 12 de outubro de 2024, acontecerá o Congresso Brasileiro dos Corretores no Rio de Janeiro.

“Tenho uma visão otimista do mercado de seguros no Brasil. Apesar de liderança na América Latina, está estagnado em 3,4% a 3,9% do PIB brasileiro, sem saúde. Com natural crescimento e amadurecimento da economia, há espaço para desenvolvimento. Junto à CNseg, apostamos na iniciativa do PDMS (Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros) para chegar a 10% do PIB até 2030”, destacou Vergilio.

“Os números indicam que o desemprego está na casa dos 8% e que o PIB deve crescer mais de 3%, a taxa de juros em queda, o dólar também caindo e Bolsa de Valores subindo”, enumerou Vergilio. Tudo isso, aliado a um vigoroso programa governamental de crescimento, com novo PAC e neoindustrialização, com setor de seguros indo a reboque desta situação. “Temos uma grande rede de distribuição integrada por profissionais e empresas bem estruturados, que cresce ano a ano, para apoiar este desenvolvimento”.

Alessandro Octavini, superintendente da Susep, resumiu em “diálogo” a para construir a política nacional de seguros. “Estamos realizando um amplo processo para fazer suporte às políticas do PAC e da neoindustrialização. Uma boa política se faz como um todo, com pessoas com maior densidade possível para manutenção da economia e na construção da democracia, com qualidade expressada na mesa que abre o evento”.

O Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paz, disse que o setor de seguros tem muito a ver com a força das instituições do Pais. “Os poderes aqui representados mostram que o Brasil se revela um porto seguro para aqueles que investem e gostaríamos de ser exemplo para o mundo”.

Luis Roberto Barroso, Ministro do Supremo Tribunal Federal, que assume a presidência do STF na próxima quinta-feira, contou que já foi advogado do setor de seguros e conhece as dores e as delícias da atividade. “Seguro para um mundo sustentável, a sustentabilidade é um dos temas definidores do nosso tempo, desde os incêndios no Canadá aos ciclones no Rio Grande do Sul”.

A segurança se coloca na vida institucional em três planos: jurídica, humana e institucional. Segurança jurídica: É preciso vencer o preconceito contra a livre iniciativa e o sucesso empresarial, previsibilidade das condutas e estabilidade da jurisprudência.

“Segurança humana, combate à pobreza e combate à criminalidade; e segurança institucional, estabilidade democrática que construímos a partir de 1988, mas se restabeleceu um quadro de respeito e harmonia dos poderes”, completou o Ministro.

Barroso destacou: “Temos imensa litigiosidade tributária e temos que ser capazes de equacionar as raízes do problema, com simplificação que deve diminuir a insegurança. As relações trabalhistas também precisam de atenção, com 5 milhões de ações, temos que verificar as razões para saber porque o custo da relação de trabalho e que só é determinado depois que ela termina”.

“Temos que preencher agenda consensual para o Brasil. A democracia tem lugar para todos e a alternância de poder é positiva. As agendas comuns são listadas pela constituição: combate a pobreza, desenvolvimento sustentável, investimento em educação, tecnologia e habitação popular, com Brasil na liderança global na geração de energia limpa e sustentável. A atividade de seguros tem papel importante para ajudar a propor as soluções cabíveis”, apostou Barroso.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, apontou que o setor de seguros não parou no tempo e que representa 6% do PIB. Um mercado que pelas suas potencialidades deve receber toda a atenção do Poder Legislativo brasileiro. Por conta dos efeitos positivos do crescimento e da diversificação do setor para o Brasil.

“A vida é incerta e todos anciamos por segurança. Não estamos livres dos riscos de morte, pandemia, acidentes, quebra de safras etc. Dois pontos de destaque são a importância do diálogo para a construção do setor, mas para isso é preciso haver confiança, da lei, da boa fé e da segurança jurídica; e a necessidade de arcabouço jurídico moderno e eficiente, com regulação que não apenas superviosine, masque consiga extrair do mercado a maior equidade possível”, informou Pacheco.

Projeto de Lei 29/17, que altera o código civil. Ele deve ser revisado por comissão de juristas que está no senado federal, na CCJ. Depois de receber e incorporar as sugetões, deverá ser revisado pelo relator, Jader Barbalho. A PEC 45, da reforma tributária que está na CCJ, tem todo apoio do Senado e foi eleogiado por nota da CNseg, como marco histórico para o Brasil, que simplifica ambiente tributário e melhora ambiente de negócios para o País.

O governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, falou sobre o potencial econômico do Rio de Janeiro, em termos de geração de energia e logística. O Rio de Janeiro é um estado em regime de recuperação fiscal. É uma das maiores injustiças a forma como o Rio de Janeiro é tratado, pela federação.

“Chegou a hora do Brasil tratar o RJ como ele merece. Não tivemos compensação por deixar de ser capital. A discussão da reforma tributária, assim como pacto federativo, é fundamental, porque quem empreende não recebe compensação, pois o país não cresce pelas mãos dos que produzem”, finalizou Castro.

Kelly Lubiato, do Rio de Janeiro
Revista Apólice

Compartilhe no:

Assine nossa newsletter

Você também pode gostar

Feed Apólice

Ads Blocker Image Powered by Code Help Pro

Ads Blocker Detected!!!

We have detected that you are using extensions to block ads. Please support us by disabling these ads blocker.

Powered By
100% Free SEO Tools - Tool Kits PRO