Ultima atualização 14 de setembro

Corretor é peça fundamental na sustentabilidade da saúde suplementar

Especialistas se reuniram no 2º Café de Negócios Sindiplanos para comentarem sobre as dificuldades do mercado e a importância da força de vendas
saúde
José Silvio Toni Junior, Vera Valente e Marcelo Belber

EXCLUSIVO – A saúde suplementar enfrenta mais uma fase de dificuldades. Especialistas se reuniram na manhã desta quinta-feira, 14 de setembro, em São Paulo, na sede da ENS (Escola de Negócios e Seguros), para participarem do 2º Café de Negócios Sindiplanos. Na segunda edição do evento, corretoras, operadoras e diversos agentes do segmento debateram sobre “A contribuição da força de vendas para garantia da sustentabilidade do setor”. O encontro contou com a organização da Freela, empresa criada pelas revistas Apólice e Cobertura.

Vera Valente, diretora executiva da FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), abriu o evento apresentando dados do setor e quais ações a entidade vem adotando. De acordo com dados da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), o mercado é responsável pela geração de 4,7 milhões de empregos e atende 50,7 milhões de beneficiários. Das 676 operadoras médicas no Brasil, mais da metade são de pequeno e médio porte. Somente em 2022, os planos de saúde realizaram 1,8 bilhão de procedimentos. “Números como esses só comprovam o quanto nosso segmento é fundamental para a economia e a vida dos brasileiros”.

Vera afirmou que uma das missões da Federação é ampliar o acesso à saúde suplementar, e por isso a entidade é a favor da reforma regulatória. “Uma das propostas que temos para expandir o mercado é a de criar mecanismos que possibilitem a acessibilidade ao setor. É preciso desenvolver produtos mais flexíveis, para que as pessoas escolham qual se adapta melhor ao seu perfil e seu orçamento, pois o SUS está subfinanciado e não há como melhorar a captação se não mudarmos o sistema”.

Sobre os desafios enfrentados pelo segmento, Vera comentou sobre como a longevidade impacta na carteira dos planos de saúde. Nos últimos 10 anos, o número de beneficiários na faixa etária dos 20 aos 39 anos caiu 8.9%, enquanto o de pessoas com mais de 60 anos cresceu 32,6%. A especialista também disse que o setor precisa refletir sobre como gerar riqueza suficiente para garantir à população acesso às novas tecnologias, mediante recursos finitos e velocidade de inovação. “Em 2022, foram incluídas 55 novas coberturas obrigatórias. O valor agregado de uma tecnologia deve ser avaliado para que esses recursos sejam usados de forma racional”.

Além da longevidade e a adoção de novas tecnologias, Vera afirmou que a Lei 14.454/22, que trata sobre o Rol Exemplificativo, aumenta a insegurança jurídica e coloca o Brasil na contramão das melhores práticas mundiais de ATS (Avaliação de Tecnologias em Saúde). “Esse tipo de medida privilegia a demanda por inovação, preterindo o acesso a mais cuidado para mais pessoas, comprometendo a previsibilidade de despesas e a precificação das operadoras, o que pode causar maiores reajustes para os beneficiários”.

Segundo a executiva, atualmente o principal problema que o setor vem enfrentando são as fraudes. De acordo com a ANS, somente em 2022 o mercado teve um prejuízo operacional de 10,7 bilhões. “Esse é um desafio cultural. De 2018 a 2022, as associadas à FenaSaúde registraram 1.728 notícias-crime e ações cíveis relacionadas a fraudes. Para contribuir para a sobrevivência da saúde suplementar, é preciso que os corretores tenham conhecimento e adotem boas práticas de gestão da carteira”. Como representante do mercado, a Federação está estruturando uma área de prevenção e combate à fraude; plano de comunicação; análise de denúncias com atuação conjunta das operadoras associadas; e a apresentação de três notícias-crime ao Ministério Público de São Paulo, que foram desdobradas em dez inquéritos.

Marcelo Belber, gerente comercial da Ameplan, apresentou os números do Grupo e falou sobre as oportunidades de negócios do setor. A empresa conta com 79.104 beneficiários, cinco hospitais, duas clínicas de especialidades e cinco centros de diagnósticos. “Só em 2022, emitimos 204.354 guias, realizamos 315.760 consultas ambulatoriais, 162.340 consultas no pronto socorro e 10.205 internações”.

O executivo disse que a saúde suplementar foi um dos segmentos mais impactados pela pandemia de Covid-19, quando foi colocada em risco a sustentabilidade do setor. “O mercado está vivendo um momento adverso. Para sobrevivermos, temos que olhar isto de um ponto de vista mais criterioso para as operadoras e seguradoras. Quanto à questão das fraudes, penso que só existem vendedores de vantagens porque há compradores. Se nós conseguimos ter o equilíbrio de oferecer conhecimento aos nossos parceiros, teremos mais sucesso no negócio e a expansão da nossa indústria será viável”.

Ao final do evento, o presidente do Sindiplanos, José Silvio Toni Junior, reforçou que a saúde suplementar só irá continuar produzindo benefícios aos brasileiros se os agentes do setor estiverem unidos. “Todas as operadoras e entidades têm que contribuir para esse movimento, oferecendo treinamento para os corretores e fazendo com que a categoria foque não apenas na expansão, mas na qualidade da carteira. O corretor é uma ponte entre as empresas e os clientes, pois ele é quem auxilia o beneficiário no momento da contratação do plano de saúde e no pós-venda. A minha proposta é que nós repensemos o mercado a partir da operação, pois só assim iremos ampliar nossa atuação”.

Nicole Fraga
Revista Apólice

Compartilhe no:

Assine nossa newsletter

Você também pode gostar

Feed Apólice

Ads Blocker Image Powered by Code Help Pro

Ads Blocker Detected!!!

We have detected that you are using extensions to block ads. Please support us by disabling these ads blocker.

Powered By
100% Free SEO Tools - Tool Kits PRO