Ultima atualização 30 de janeiro

Planejar a aposentadoria traz segurança financeira no futuro

Oito em cada dez trabalhadores admitem que não estão se preparando para a aposentadoria, mostra pesquisa do SPC Brasil e da CNDL

Os brasileiros estão envelhecendo cada vez mais e segundo estimativas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 25% da população terão 60 anos ou mais em 2060. A PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) divulgada em julho de 2022 mostra que pessoas com 30 anos ou mais representavam 56,1% da população total em 2021, contra 50,1% em 2012.

A Previdência já mudou as regras da aposentadoria para garantir o equilíbrio do sistema, mas boa parte dos trabalhadores ainda não aprendeu a se preparar financeiramente para o futuro. De acordo com o estudo “O Preparo para a Aposentadoria no Brasil”, divulgado pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), oito em cada dez brasileiros (78%) admitem que não estão se preparando para a hora de parar de trabalhar.

Para a advogada especialista em direito previdenciário, Amanda Marcos, o hábito de não se preocupar com a saúde financeira na velhice precisa ser repensado com urgência, pois o planejamento é essencial para obter um benefício melhor. “Quem deseja se aposentar deve ficar atento a três palavras: organização, plano e meta. É assim que o trabalhador conseguirá uma aposentadoria mais vantajosa”.

Entre outros fatores, é necessário observar se o trabalhador se enquadra nas regras de transição ou em outras regras trabalhistas vigentes, no cálculo de expectativa de vida e nos valores que precisa recolher nos últimos anos de contribuição para não ficar refém de um salário-mínimo.

Outra dica valiosa é calcular quanto o beneficiário precisa ganhar para custear as despesas e manter o padrão de vida depois da aposentadoria. Na lista não podem faltar lazer, moradia, alimentação e medicamentos, por exemplo. “Essa noção é importante porque vai determinar o valor adequado de contribuição ao INSS para obter, no futuro, o benefício desejado. É essa estimativa que define, também, se o trabalhador precisar complementar a renda com outros investimentos”, ensina Amanda, que é sócia do escritório Borssuk & Marcos Advocacia.

Planejamento

A Previdência impõe uma série de regras e requisitos para quem deseja dar adeus ao trabalho e curtir a vida, mas o trabalhador também tem direitos e conhecê-los é importante para saber o que esperar da aposentadoria.

“Há casos em que o contribuinte pode pedir a restituição de valores pagos a mais. Contudo, a maioria desconhece essa possibilidade. O INSS cobra em alguma circunstância, mas na hora do cálculo da aposentadoria esse valor não é agregado ao benefício”, comenta Amanda. Nesta situação, cabe ao contribuinte pedir a restituição dos valores e o prazo é de, no máximo, cinco anos retroativos ao período em que fez o recolhimento acima do teto.

Quem já está recebendo a aposentadoria também pode revisar o valor. “O importante é entender quais as melhores opções para o seu perfil e avaliar o histórico de contribuição”, orienta a advogada. O ponto de alerta vale para autônomos e facultativos, que precisam de mais planejamento para entender qual o melhor momento de se aposentar e com quanto devem contribuir.

Entre as vantagens de planejar a aposentadoria com antecedência estão:

– Obtenção do benefício no momento correto,

– Garantia de que receberá o melhor valor possível,

– Agilidade no processo de aposentadoria,

– Economia e eliminação das contribuições desnecessárias para o INSS.

Quando se preocupar com a aposentadoria

Se a preparação para o futuro é o que garante o rendimento planejado, quando é a hora de se preocupar com a aposentadoria? “Quanto antes, melhor. E quem precisa de orientação pode recorrer a um especialista em direito previdenciário para conseguir o melhor resultado”, sugere Amanda.

Em vigor desde 13 de novembro de 2019, a Reforma da Previdência mudou regras e cálculos dos benefícios do INSS. A nova lei também criou Regras de Transição com requisitos que podem variar a cada ano. A ajuda de um advogado especializado facilita o estudo de toda a atividade do trabalhador, das contribuições feitas ao INSS e estabelece o melhor momento de se aposentar, por quanto tempo o trabalhador ainda deverá contribuir e com quais valores.

“As pessoas devem ter em mente que nem sempre a renda da aposentadoria será suficiente para manter o padrão de vida desejado. Quando esse for o caso, deve-se calcular quanto falta para atingir a meta e estipular quais investimentos complementares são os mais indicados”, ensina a advogada.

Onde solicitar a aposentadoria

Atualmente, boa parte dos serviços da Previdência Social podem ser solicitados por meio do aplicativo “Meu INSS” ou pelo site. Nesses locais é possível, inclusive, realizar por conta própria os requerimentos de benefícios.

Ocorre que há desvantagens. “A calculadora do INSS pode estimar erroneamente a aposentadoria caso alguma informação esteja incorreta em seu extrato. Se você tiver algum direito a reconhecimento de atividade especial, por exemplo, o sistema pode ignorar, pois não leva em conta todas a variáveis”, alerta Amanda.

N.F.
Revista Apólice

Compartilhe no:

Assine nossa newsletter

Você também pode gostar

Feed Apólice

Ads Blocker Image Powered by Code Help Pro

Ads Blocker Detected!!!

We have detected that you are using extensions to block ads. Please support us by disabling these ads blocker.

Powered By
100% Free SEO Tools - Tool Kits PRO