Ultima atualização 11 de novembro

IRB Brasil RE recupera suficiência regulatória no terceiro trimestre

Nos nove primeiros meses do ano, prêmios emitidos pela companhia no Brasil cresceram 1,3% e respondem por 67,7% do portifólio

O IRB Brasil RE divulgou ontem, 10 de novembro, os resultados referentes ao terceiro trimestre de 2022 (3T22). Os efeitos climáticos que provocaram a quebra de safras importantes no Brasil e resultaram em sinistros vultosos para seguradoras e resseguradoras seguem impactando negativamente os números da companhia, que apurou prejuízo líquido de R$ 298,7 milhões no 3T22, ante prejuízo líquido de R$ 155,7 milhões no 3T21. O resultado representa redução de 20% do prejuízo em relação ao trimestre anterior (2T22), período também fortemente impactado por esses eventos climáticos atípicos que afetaram o agronegócio. Normalizado, ou seja, excluindo os efeitos extraordinários do Rural, o resultado do 3T22 seria negativo em R$ 123,3 milhões.

“O mercado ressegurador global enfrentou um terceiro trimestre desafiador. Eventos climáticos, além da alta inflacionária, guerra e as consequências da pandemia, impactam o setor dentro e fora do Brasil. Mais uma vez, no mercado doméstico, a seca histórica afetou o nosso resultado. Esse efeito relevante elevou a sinistralidade a níveis acima dos projetados pela companhia, que já esperava colher de maneira mais significativa nesse trimestre os resultados da estratégia de re-underwriting. Acreditamos que o momento de inflexão de resultados tenha se deslocado no tempo, mas que todas as ações foram tomadas corretamente para que a companhia opere com rentabilidade no médio prazo, executando de forma disciplinada nossa estratégia”, avalia Raphael de Carvalho, CEO da empresa.

Nos nove primeiros meses de 2022, o IRB acumula prejuízo líquido de R$ 591,6 milhões, ante prejuízo de R$ 311,8 milhões no mesmo período em 2021.

Foco no Brasil

O comportamento do faturamento em prêmios, segundo o ressegurador, evidencia a execução da estratégia de negócios da companhia, voltada para o crescimento no mercado brasileiro, definido como prioridade geográfica. “Trabalhamos fortemente na nossa estratégia de longo prazo, com a revisão permanente da carteira, tendo como foco o crescimento com rentabilidade. Estamos diluindo o risco, buscando uma quantidade maior de negócios com menor exposição por contrato. Ou seja, melhoria de subscrição, redução de sinistralidade, maior eficiência e nova cultura centrada no cliente”, afirma Carvalho.

Entre julho e setembro, o volume total de prêmios emitidos apresentou redução de 7,5% em relação ao 3T21, alcançando R$ 2.412,4 milhões, comparados a R$ 2.607,7 milhões no mesmo período do ano anterior. Os prêmios emitidos no Brasil somaram R$ 1.738,9 milhões no 3T22, com queda de 3% ante o mesmo período de 2021. Isso ocorreu, principalmente, pela diminuição de negócios em Rural, com a não renovação de contratos desalinhados com as condições de hard market vigentes e com o apetite a riscos da companhia. Já os prêmios emitidos no exterior totalizaram R$ 673,5 milhões no 3T22, com queda de 17,3% em relação ao 3T21.

Ainda em linha com a estratégia da companhia, no acumulado do ano, os prêmios emitidos no Brasil totalizaram R$ 4.133,2 milhões, o que representou alta de 1,3% em relação ao mesmo período de 2021, refletindo o maior volume de prêmios emitidos nos segmentos Vida (+15,3%) e Property (6,1%). Já os prêmios emitidos no exterior, nos 9M22, foram de R$ 1.969,1 milhão, queda de 24,8% em relação aos 9M21.

“No 3T22, renovamos 85% dos contratos que desejávamos manter. Esse percentual de renovação é o mais alto dos últimos trimestres. Esse movimento está em linha com a estratégia da companhia, que tem foco no protagonismo no Brasil, com negócios locais respondendo por aproximadamente dois terços do portfólio. A participação do Brasil no portifólio cresceu e, até setembro, chegou a 68%”, explica Daniel Veiga, vice-presidente de Danos, Responsabilidades e Riscos Especiais.

Sinistralidade em queda

O sinistro retido total no 3T22 foi de R$ 1.387,1 milhões, uma redução de R$ 605,2 milhões (ou 30,4%) em relação ao 3T21. Na comparação com o 2T22, observamos redução nominal de R$ 276,6 milhões, uma queda de 16,6%. O índice de sinistralidade total no 3T22 foi de 116,8%, apresentando uma redução de 2,4 p.p. ante o mesmo trimestre do ano anterior, de 119,3%, e 7,4 p.p. em relação ao 2T22, de 124,2%. Excluído o efeito da operação de LPT (Loss Portfolio Transfer) de R$ 328,3 milhões na linha de Aviação Internacional e os impactos climáticos na linha Rural Doméstico, o índice de sinistralidade normalizado no 3T22 foi de 91,3%.

No acumulado do ano, o sinistro retido total foi de R$ 3.983,8 milhões, um decréscimo de R$ 715,9 milhões, ou 15,2%, em relação aos nove primeiros meses de 2021 (R$ 4.699,8 milhões). O índice de sinistralidade total nesse período, de 108,3%, apresentou um acréscimo de 11,5 p.p. comparado ao mesmo período do ano anterior, de 96,8%. Excluída a operação de LPT e os impactos dos eventos climáticos atípicos, o índice de sinistralidade dos 9M22 normalizado foi de 84,8%.

“O índice de sinistralidade ainda reflete os eventos atípicos climáticos, que afetaram o segmento Rural doméstico em R$ 900,6 milhões nos 9M22, e os impactos da pandemia de Covid-19 em Vida. Mesmo com o arrefecimento das mortes em 2022, registramos R$ 179,2 milhões de sinistros retidos decorrentes deste evento, notadamente em negócios de Vida, nos 9M22. A tendência é que o impacto seja cada vez menor nos sinistros da companhia”, comenta Wilson Toneto, vice-presidente Técnico e de Operações do IRB Brasil RE.

Suficiência nos indicadores

O IRB Brasil RE deve observar dois indicadores regulatórios importantes. No 3T22, a companhia retomou a suficiência em ambos. Em 30 de setembro de 2022, a suficiência do patrimônio líquido ajustado em relação ao capital mínimo requerido foi de R$ 153,6 milhões. Assim, o patrimônio líquido ajustado correspondia a 109% do capital mínimo requerido na data. Também em 30 de setembro de 2022, o IRB apresentou suficiência no enquadramento da cobertura de provisões técnicas e liquidez regulatória de R$ 325,9 milhões, em comparação ao saldo positivo de R$ 235,5 milhões em 31 de dezembro de 2021.

“Nosso foco é, cada vez mais, ser especialista em Brasil. A demanda por nossos negócios segue em alta e atuamos para suportar programas, oferecendo a nossa capacidade e experiência. Queremos, em colaboração estreita com parceiros de negócios, ampliar o conhecimento, o engajamento e o desenvolvimento de soluções inovadoras para o nosso mercado”, finaliza Carvalho.

A Análise de Desempenho completa está disponível no link.

N.F.
Revista Apólice

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