Ultima atualização 29 de julho

powered By

Open Insurance: entenda a revolução no mercado de seguros

A ideia se conecta com a aceleração da transformação digital, que já vinha acontecendo mas acabou se intensificando por conta da pandemia
O open insurance é uma iniciativa que tem como objetivo tornar o mercado de seguros mais competitivo, fazendo com que os produtos oferecidos pelo setor sejam mais populares e acessíveis, melhorando também a jornada de compra do cliente. Ele faz parte de uma estratégia de inovação aberta elaborada pela Susep (Superintendência de Seguros Privados), que reúne empresas do segmento e outras que estejam interessadas em criar novos produtos e serviços.

O funcionamento do open insurance é bem similar ao do open banking. A ideia é permitir que os clientes possam autorizar, de forma segura, o compartilhamento de seus dados, para, a partir daí, obter melhores serviços e fomentar a criação de novos modelos de negócio.

Marcelo Feltrin
Essa semelhança, inclusive, não é nenhuma coincidência, tendo em vista que a quarta fase de implementação do open banking, que está prevista para o dia 15 de dezembro deste ano, já previa o compartilhamento de dados de operações de câmbio, investimentos, seguros, previdência complementar aberta e contas-salário.

Tanto o open banking quanto o open insurance fazem parte de um movimento chamado de open finance, que é justamente a iniciativa de criar um ecossistema integrado, que permite o compartilhamento de dados de forma segura e transparente, incentivando a inovação.

Como funciona o open insurance

Assim como no open banking, o compartilhamento de dados no open insurance é feito por meio de APIs abertas. Elas funcionam como uma “ponte”, compostas por instruções e padrões de comunicação que conseguem proporcionar a comunicação entre empresas diferentes, de forma padronizada e ordenada. Portanto, uma API de open insurance precisa ser Simples, Segura, Padronizada, Escalável e Moderna.

Na estrutura do open insurance, os produtos, serviços, informações e funcionalidades de uma seguradora ficam disponíveis para consumo por qualquer outra e vice-versa. Isso acontece porque elas obedecem ao princípio da reciprocidade, que diz que só é possível ter acesso aos dados se você também os fornecer e o que possibilita isso é justamente o fato de as APIs serem abertas.

Além disso, a tecnologia das APIs abre portas para uma série de inovações, desenvolvimento de novos negócios, aplicativos e soluções, como, por exemplo:

• Agregação de serviços, relacionados ao open finance;
• Facilitar a contratação e cotação de serviços de seguro ou de investimento;
• Portabilidade;
• Aviso de sinistro.

O Banco Central, que é o órgão regulador do Mercado Financeiro e grande promotor do Open Banking Brasil, e a SUSEP (Superintendência de Seguros Privados) estão atuando em sinergia para estipular as regras de segurança e operação dessas APIs. Isso porque, é necessário garantir que os desenvolvedores tenham acesso às regras de desenvolvimento, assim como aos padrões da gestão de consentimento, como está sendo realizado no open banking.

Atualmente, é obrigatória a participação das seguradoras, EAPC (Entidade Aberta de Previdência Complementar) e as sociedades de capitalização das categorias S1 e S2. As Sociedades Iniciadoras de Serviços e Seguros (SISS), apenas mediante credenciamento, de acordo com o normativo específico.

3 pilares fundamentais do open insurance

O open insurance está fundamentado em três pilares. São eles: open innovation; experiências digitais e novos modelos de negócio.

Open Innovation: Partindo do princípio de que duas cabeças pensam melhor do que uma, compartilhar dados e informações entre organizações fomenta os processos de inovação, justamente porque permitem uma ampliação da visualização de um cenário, além de ser possível combinar a expertise de uma outsourcing de TI para a criação de um novo produto, por exemplo.

Experiências Digitais: A pandemia do novo coronavírus intensificou a necessidade por produtos e experiências digitais que, de alguma forma, pudessem aproximar o público com os serviços necessários. A combinação da melhora das experiências digitais do consumidor, com a tecnologia e análise de dados, também está dentro dos objetivos do open insurance e, consequentemente, do open finance.

Novos Modelos de Negócios: O surgimento de novos modelos de negócio é, na realidade, uma consequência dessa iniciativa de open finance. No caso específico do open insurance, tornar os produtos das seguradoras mais acessíveis, agilizar e otimizar processos também fazem parte desse quadro de inovação.

Telegram para post
Um ponto importante é a jornada de consentimento. De acordo com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), consentimento é a “manifestação livre, informada e inequívoca pela qual o titular concorda com o tratamento de seus dados pessoais para uma finalidade determinada”.
Assim, na gestão de consentimento, são observados alguns itens essenciais:

• O que o usuário X consentiu?
• O que o usuário X não quer mais consentir?
• Quais consentimentos o usuário X revogou e como isso te afeta?

Dessa forma, ela garante que as etapas de autenticação entre as instituições receptoras e transmissoras sejam cumpridas, para que esses dados só possam ser fornecidos pelos titulares.

Outro desafio é a padronização no desenvolvimento das APIs, já que elas impactam diretamente na gestão do consentimento e na transação segura das informações. Portanto, é necessário que essas regras estejam bem definidas pelos órgãos reguladores.

Cronograma de implementação do open insurance

De acordo com a SUSEP, a implementação do open insurance está dividida em três fases, e deve ocorrer entre 2021 e 2022.

Fase 1 – Open data: dados abertos de seguros (15/12/2021)

• Dados públicos das sociedades supervisionadas;
• Canais de atendimento;
• Produtos disponíveis;
• Marketplace.

Fase 2 – Compartilhamento de dados pessoais (01/09/2022)

• Cadastro de clientes e representantes;
• Movimentações dos clientes relacionadas a produtos;
• Registro de dispositivos eletrônicos;
• Dados individuais de clientes; compartilhado apenas mediante consentimento.

Fase 3 – Efetivação de serviços (01/12/2022)

• Contratação;
• Endosso;
• Resgate ou portabilidade;
• Pagamento de sorteio;
• Aviso de sinistro;
• Foco na melhoria da experiência do consumidor.

No que diz respeito ao compartilhamento dos dados, o cliente poderá escolher com quais entidades deseja compartilhar determinados dados, assim como revogar este consentimento a qualquer momento.

A ideia por trás do open insurance se conecta com a aceleração da transformação digital que já vinha acontecendo, mas acabou se intensificando por conta da pandemia do novo coronavírus, em 2020. Até porque, a necessidade por inovação e agilidade foi ao encontro da aproximação com o cliente e o consequente aprimoramento dos estudos relacionados à jornada de compra.

* Por Marcelo Feltrin, head of Business Development da OPUS Software

Compartilhe no:

Assine nossa newsletter

Você também pode gostar

Feed Apólice

Ads Blocker Image Powered by Code Help Pro

AdBlock Detectado!

Detectamos que você está usando extensões para bloquear anúncios. Por favor, nos apoie desabilitando esses bloqueadores de anúncios.

Powered By
100% Free SEO Tools - Tool Kits PRO