O novo presidente do IRB (o antigo Instituto de Resseguros do Brasil), Tarcisio Godoy, não deve conseguir cumprir a missão dada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles: abrir o capital da resseguradora até setembro deste ano. Logo após as primeiras reuniões que manteve ao assumir o cargo, os assessores que estudam como fazer o IPO (sigla em inglês para oferta inicial de ações) já descartaram a possibilidade de realizar a operação ainda neste ano, segundo relataram fontes a par dos bastidores, sob a condição de anonimato.
“Ele ouviu que não tem a menor condição de abrir capital agora”, confirmou um técnico.
Essa operação é esperada não apenas pelo mercado financeiro, mas também pelo próprio governo. A equipe econômica está de olho no pagamento de impostos que a transação gerará. No ano passado, o então ministro Joaquim Levy tentou convencer a diretoria do IRB a fazer o IPO, mas os sócios privados optaram por esperar mais um pouco.
As expectativas sobre quanto o IRB deve levantar num negócio como esses variam bastante. Já houve estimativas de R$ 4 bilhões a algo em torno de R$ 12 bilhões. Isso significa que tudo depende do momento e da participação ofertada.
Se a operação rendesse, por exemplo, R$ 4 bilhões, o governo arrecadaria, somente com Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), R$ 1,8 bilhão. O dinheiro, se entrasse este ano, poderia ajudar a equipe econômica a reduzir o rombo das contas públicas estimado em R$ 170 bilhões.
Fonte: Jornal O Globo
L.S.
Revista Apólice