Empresas com mais maturidade na gestão de riscos têm maior retorno no patrimônio líquido. É o que aponta um estudo da consultoria e corretora de seguros Aon, realizado em parceria com a Universidade Wharton, da Pensilvânia (EUA). O levantamento questionou mais de 500 companhias de capital aberto sobre suas práticas de gerenciamento e seus resultados financeiros. Enquanto as organizações que ficaram no topo da escala de gerenciamento de riscos tiveram um retorno médio de 37% nos ativos, as piores colocadas tiveram um índice negativo de 11%.
A pesquisa demonstrou também que empresas mais maduras tiveram uma volatilidade até 50% inferior no valor dos papéis em comparação a outras menos preparadas. Segundo Alexandre Botelho, diretor da área de Consultoria em Gestão de Riscos da Aon Brasil, o estudo também mostrou uma maior resiliência de empresas maduras em momentos de crise. “Quando o mercado está bom, empresas com processos menos estruturados também podem ter um bom desempenho. Mas em um cenário adverso, a queda nas ações de companhias mais maduras chega a ser de 30 a 91% menor”, diz.
Os resultados do levantamento confirmam a percepção dos especialistas de que a gestão de riscos se tornou uma ferramenta indispensável para evitar prejuízos e aproveitar oportunidades de agregar valor à operação. “As empresas que foram bem avaliadas em nossa pesquisa e que tiveram um bom desempenho financeiro têm muitos pontos em comum. Em geral, elas compreendem com muita clareza a complexidade dos riscos a que estão expostas e a relação com outros riscos, indiretos, que também podem atingi-las”, afirma Botelho.
Para o executivo, o desafio é incorporar essa percepção em todos os níveis da organização. “É preciso que a visão de riscos da empresa esteja integrada à operação para que realmente exerça influência na tomada de decisões estratégicas e consequentemente nos resultados financeiros”, diz.
A.C.
Revista Apólice