Ultima atualização 09 de dezembro

Gestão de saúde para humanizar o mercado

* Por Marilia Ehl Barbosa

Funcionário saudável é sinônimo de produtividade. Não há quem negue a veracidade dessa afirmação, mas nem sempre tal pensamento é levado em consideração por parte dos empresários. Deveria ser uma premissa, mas ainda não é. Quando muito, a grande maioria das companhias nacionais apenas oferece planos de saúde coletivos e acha que já está fazendo muito. Mas, via de regra, esse benefício somente será utilizado quando a bomba das doenças crônicas já estiver espalhando seus estilhaços, comprometendo permanentemente a vida dos colaboradores.
A Gestão de Saúde Populacional (GSP) é um investimento necessário? Sim, não há dúvida. Mas com o tempo os executivos terão a confirmação que  nada mais é do que um benefício para sua própria empresa. Porém, poderia ser feito de maneira mais inteligente. Precisamos, além de reagir às doenças em estágio crítico, impedir que elas cheguem a esse nível. Aí entra o ideal da promoção de saúde, por meio da GSP, um investimento na modificação de comportamentos dos colaboradores, para que estes passem de sedentários com sobrepeso e cronicamente doentes para indivíduos com estilos de vida mais saudáveis.
Em uma análise mais superficial, o benefício óbvio dessas práticas é a redução, no médio prazo, dos gastos com os planos de saúde, já que será menor a utilização dos serviços contratados, o que costumamos chamar de sinistralidade. Mas sob um olhar mais atento, poderemos constatar uma diminuição drástica nos problemas gerados pelo absenteísmo e pelo presenteísmo. Atualmente, chega-se a gastar 2,3 vezes a mais com a improdutividade na empresa do que com assistência médico-hospitalar.
Tornando a corporação mais produtiva, enquanto melhoramos a qualidade do dia a dia dos funcionários, trabalhamos positivamente, como costuma ocorrer com investimentos em saúde. Então há empresário que não saiba que alta produtividade é significado de mais ganhos, mais lucros e, consequentemente, melhores negócios.
Não só financeiramente, mas também socialmente mais responsável, a GSP pode servir como meio modernizador da visão de mundo da empresa. Em um ambiente global de alta rotatividade, muitos pensam que as vicissitudes do mercado de trabalho extremamente competitivo servem como desculpa para deixar de lado o investimento em capital humano, o que, dada a conjuntura brasileira, é um pecado mortal.
Utilizar programas de incentivo para melhorar a alimentação, reduzir o uso do cigarro, influenciar na prática de exercícios e no monitoramento das doenças crônicas compõem o modelo de melhor práticaem saúde corporativa. Etambém representa a prova de que queremos humanizar as relações entre empresa e funcionário. Foi dada a largada. Só depende da boa vontade e conscientização dos empresários. Vamos à luta, e colocar a GSP em nossas tarefas diárias.

*Marilia Ehl Barbosa é superintendente executiva da Aliança para a Saúde Populacional (Asap)

 

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