Novos modelos de gestão de corretoras, como associações, são tendência no mercado de seguros. Como exemplos, a Brasil Insurance, que reúne atualmente mais de 40 corretoras em todo o Brasil, e a gaúcha Sustentare, que reúne oito sócios e planeja alcançar 50 novas filiais até 2013.
Este modelo de associações é um modo de dar continuidade às atividades da corretora em alguns casos, como, por exemplo, quando os proprietários não têm quem os suceda na administração dos negócios. “Associações são a melhor forma de prolongar a existência da corretora. Mas é preciso analisar se o corretor é feliz como está, sozinho, e se tem sucessão. Além disso, se está preparado também para abrir a gestão e os números da empresa para outros profissionais”, analisou o corretor Boris Ber, proprietário da Asteca Corretora, durante painel sobre novos modelos de gestão, realizado nesta sexta-feira (12). O tema fez parte da programação de palestras com foco em capacitação profissional realizadas durante o XV Conec, em São Paulo.
Para Marcos Machini, vice-presidente da Liberty, as seguradoras não têm motivos para ver essas associações com desconfiança, afinal, as próprias seguradoras fazem parcerias. De acordo com ele, os motivos para a união variam: vão desde ganhar escala em quantidade de segurados e união de capitais para investimentos maiores até diversificação de portfólio.
“Em 2002, 10 companhias representavam 85% do mercado de seguro automóvel. Anos depois, apenas cinco somavam esses mesmos 85%”, exemplificou. Segundo ele, os motivos para união são similares entre corretoras e seguradoras. Com isso, o maior desafio é o atendimento, ou seja, como as seguradoras vão atender esse novo modelo. “Será centralizado? Será pulverizado? Nosso desafio é entender o que cada modelo procura para adaptarmos nosso atendimento. Modelos que querem ser enxergados como volume também serão avaliados como volume. A vantagem não é só tamanho, mas se há perenidade na relação”, completou Machini.
Ainda de acordo com a visão das seguradoras, a associação de corretores pode unir talentos para comercializar diferentes tipos de seguros para o mesmo cliente. “Quem só vende seguro auto pode apresentar clientes para o especialista em riscos de engenharia, por exemplo. Vejo aí um caminho associativo bom. Se o corretor não entende de seguros específicos, faz parceria com quem entende”, exemplificou José Luis Ferreira, da Porto Seguro. Por outro lado, a união de corretores pode trazer mais sinistros para a seguradora e é preciso preservar o corretor que não quiser se associar. “A ideia das seguradoras é equilibrar tudo isso”, disse Ferreira.
Jamille Niero
Revista Apólice