Ultima atualização 12 de abril

Canal de distribuição é ponto-chave para microsseguro

O canal de distribuição é um dos itens mais importantes a serem definidos pelas circulares que normatizarão o microsseguro. Afinal, quando ocorrer o sinistro, certamente será mais fácil para o segurado entrar em contato com quem ele comprou o seguro. Eugenio Velasques, diretor da Bradesco Vida e Previdência e presidente da Comissão de Microsseguros da CNseg citou o exemplo do projeto ?Estou Seguro, executado na comunidade do Morro Dona Marta, no Rio de Janeiro: “Quando ocorrem sinistros no morro Dona Marta, os segurados não vão procurar a seguradora e sim o corretor ou o correspondente”, disse. Segundo o executivo, que foi um dos palestrantes do evento “Os desafios do microsseguro”, promovido na terça-feira (10) pela ANSP, a comunicação precisa ser eficiente, especialmente por parte do canal (corretor ou correspondente), para que o sinistro seja regulado em menor tempo. “É preciso ter processo mais rápido e mais simplificado. Até para que, em breve, o próprio corresponde regule o sinistro, como já acontece em alguns países. No Quênia, o próprio correspondente regula o sinistro e paga a indenização, muitas vezes na hora, para facilitar o processo”, exemplificou.
Em um primeiro momento, as coberturas deverão ser simplificadas e com linguagem coloquial, para facilitar o entendimento e a comparação de produtos.
O presidente do conselho de acadêmicos da ANSP, João Marcelo dos Santos, elogiou a resolução já publicada sobre o assunto, que permite a venda do microsseguro por canal remoto. “Pelo menos desmistifica a impossibilidade de avançar no campo. Precisamos avançar na parte de comercialização. Temos canais muito bons e evoluídos nos quais o corretor trabalha ao lado da seguradora”, assinalou Santos.

Potencial
O potencial do segmento é enorme. Em termos de cifras, as estimativas citadas no evento pelo acadêmico Francisco Galiza oscilam de R$ 5 a R$ 10 bilhões, ou seja, mesmo em um cenário pessimista os negócios terão valor geral astronômico este ano. De acordo com Galiza, o futuro bem próximo do seguro está ligado à melhoria econômica das classes C e D – parcela significativa da população que elevará a proporção econômica deste negócio. Nas cidades e áreas urbanas do Brasil existem 4,2 milhões de pessoas poupando e guardando dinheiro para imprevistos. Pesquisas apontam que quem ganha até um salário mínimo consegue guardar de R$100 a R$150 por mês para imprevistos. Quem poupa representa 20% da classe D, ou seja, 20 milhões de pessoas.
Ana Rita Petraroli, coordenadora da cátedra de Microsseguros na ANSP, corroborou o potencial do segmento citando um recente estudo realizado pela Munich Re. “Em 2007, o microsseguro atendia 78 milhões de pessoas, em 2009 avançou para mais de 100 e hoje já chega a 500 milhões de pessoas. Em 2005, apenas sete seguradoras se preocupavam com microsseguro. Hoje, 33 das maiores do mundo se preocupam”, disse. São números que reforçam a tese de que o assunto não apenas merece a atenção, e sim um amplo trabalho de quem lida com seguros.
Segundo Galiza, no médio prazo esta gigantesca clientela do microsseguro deve migrar para o seguro pleno. “O Brasil dará mais um passo justificando o processo de inclusão social e a entrada de milhões de brasileiros nos seguros será mais uma comprovação de que o padrão de vida no País mudou”, destacou o economista.

Jamille Niero
Revista Apólice

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