Em entrevista exclusiva à Revista Apólice, Roberto Almeida (foto), presidente da Comissão de Processos e Tecnologia da Informação da CNseg, explica que as seguradoras brasileiras acompanham as tendências tecnológicas mundiais e aplicam seus conhecimentos para facilitar a comunicação com corretores e consumidores. Confira abaixo:
Apólice: As seguradoras brasileiras acompanham as tendências mundiais em termos de TI?
Roberto Almeida: As seguradoras brasileiras estão em sintonia com as inovações tecnológicas. No Brasil, a diversidade de público e as particularidades das regiões fazem com que as seguradoras tenham de ser criativas na hora de desenvolver soluções para atender às demandas. Hoje, as empresas de seguro já experimentam e utilizam ferramentas como tablets, celulares, transmissão de dados, tecnologia embarcada, roteirização e distribuição.
Apólice: Como as empresas têm direcionado seus investimentos nesta área?
Roberto Almeida: Em geral, as empresas direcionam seus investimentos para soluções que apresentam retorno financeiro. Os processos de Gestão e Controle e os Processos de Suporte também precisam de investimento, principalmente porque nos ajudam a observar se o investimento realmente deu o retorno financeiro que planejamos. (Confira na tabela abaixo a arquitetura de referência criada e adotada pela Comissão)
Apólice: Há empresas que comercializam produtos exclusivamente via internet chegando ao País?
Roberto Almeida: As seguradoras brasileiras já comercializam via internet. Com a diversidade de produtos oferecidos, a comercialização exclusiva via internet levaria a seguradora a restringir os produtos oferecidos. Ou seja, existe uma tendência, mas não de forma exclusiva.
Apólice: As empresas brasileiras que consideram vender seus produtos via internet buscam apoio, de alguma forma, da CNseg, principalmente para o trato com os corretores de seguros?
Roberto Almeida: As empresas brasileiras já vendem e se relacionam com os clientes via internet. Os corretores já utilizam a internet há bastante tempo. Os corretores estão cada vez mais usando os dispositivos móveis, tornando a comunicação quase em tempo real. A CNseg não se envolve nas negociações comerciais entre seguradoras e corretoras de seguros. As discussões com os corretores estão sempre direcionadas na busca de caminhos para o fortalecimento do mercado. A Comissão de Processos e Tecnologia da Informação da CNseg tem apoiado no estudo de certificações digitais e na troca de informações e imagem, tentando eliminar a necessidade de troca de papeis e assinaturas. Este movimento ampliará o uso da internet no setor de seguros.
Apólice: Quais são as principais discussões da Comissão de Processos e Tecnologia da Informação da CNseg?
Roberto Almeida: A Comissão de Processos e Tecnologia da Informação da CNseg está direcionando os esforços para projetos que ajudem na padronização da troca de informações com o mercado: seguradoras, órgãos reguladores e prestadores de serviços. Consideramos que, com a padronização e o volume de dados disponíveis, haverá menos esforços para o desenvolvimento de sistemas e, certamente, uma melhor negociação de preços, devido à portabilidade entre os fornecedores.
Apólice: Os sistemas de comunicação das empresas, tanto com corretores quanto com clientes, podem ser aprimorados de que forma?
Roberto Almeida: Hoje as seguradoras já exploram todas as formas de comunicação disponíveis. A tendência agora é desenvolver um caminho que ofereça uma informação em tempo real, aperfeiçoando a comunicação entre o consumidor e a seguradora.
Apólice: Que tipos de informação sobre tecnologia as seguradoras estão dispostas a compartilhar?
Roberto Almeida: O compartilhamento de processos depende da política de cada empresa. A CNseg e a Comissão de Processos e Tecnologia da Informação trabalham com o objetivo de ajudar a melhorar os processos de TI, desenvolvendo ações em conjunto, trocando experiências e facilitando a comunicação entre as seguradoras.
Apólice: Sistemas mais avançados podem colaborar com a criação de novos produtos?
Roberto Almeida: Sistemas mais avançados facilitam o lançamento e a materialização de novos produtos, permitindo a simulação e experimento. Certamente, a tecnologia e os sistemas avançados são ferramentas primordiais para a modernização das seguradoras. Apesar disso, penso que a criação de novos produtos não depende de sistemas, mas de criatividade e oportunidade.
Com foco em exibir às seguradoras o que há de melhor na área de tecnologia de informação (TI) para aumento de ganho dos negócios, a CNseg promove a edição 2012 do Insurance Meeting. O evento acontecerá nesta sexta e no sábado (16 e 17), em Angra dos Reis (RJ) e deverá reunir cerca de 300 participantes. A Revista Apólice fará a cobertura do evento.
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Kelly Lubiato
Revista Apólice
