Ultima atualização 31 de janeiro

Crianças com doença renal devem realizar hemodiálise diária, segundo pesquisa

Estudo clínico realizado pelo Hospital Samaritano de São Paulo apontou a necessidade da realização de hemodiálise diária, em detrimento da convencional (três vezes por semana), em crianças portadoras de doença renal crônica. Com esta frequência, a criança atinge mais rapidamente o peso e estatura ideais para a realização do transplante renal.
De acordo com o estudo, 32% das crianças que foram submetidas à hemodiálise diária apresentaram crescimento significativo no período de um ano. Apenas 8% dos pacientes que realizaram hemodiálise convencional apresentaram crescimento no mesmo período. A pesquisa foi realizada com 50 crianças, de 4 a 10 anos, uma amostragem inédita no mundo.
O estudo integrou o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi/SUS) no triênio 2009/2011 e foi apresentado e premiado como melhor trabalho científico no IX Congresso Latino Americano de Nefrologia Pediátrica, ALANEPE, realizado no final de outubro de 2011.
Segundo a nefrologista pediátrica e coordenadora do estudo, Dra. Maria Fernanda de Camargo, a pesquisa apresenta ao Ministério da Saúde a extrema importância desse tipo de hemodiálise na rede pública de saúde. “A criança que adquire o crescimento necessário mais rapidamente para a realização do transplante poderá ter uma qualidade de vida e um desenvolvimento psicossocial praticamente semelhante a outras crianças de sua idade”, complementa a médica.
Além disso, Dra. Maria Fernanda salienta que o transplante não é a cura para a doença renal crônica, mas é o tratamento que fornece mais qualidade e expectativa de vida. Assim, com a hemodiálise diária a criança tem uma maior liberdade dietética, melhor controle de pressão arterial e do equilíbrio hídrico, menos distúrbios de cálcio e fósforo e maior bem-estar.
Outra pesquisa inédita realizada pelo Hospital Samaritano de São Paulo – em parceria com o Ministério da Saúde – sobre doença renal crônica em crianças – revela que a frequência do problema no Estado de São Paulo é de 24 casos por milhão de crianças (menores de 18 anos). Isso significa que, só em 2008 – ano em que a pesquisa foi conduzida, foram registrados 320 casos em São Paulo, sendo que 85% dos pacientes eram atendidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
Nos países mais desenvolvidos o número de pacientes é maior do que em regiões mais pobres, pois o acesso aos tratamentos prolonga a vida dos doentes. Nos Estados Unidos, por exemplo, a taxa é de 87 casos por milhão, enquanto na Nigéria a frequência da doença é de 5 casos por milhões de crianças.
O Hospital Samaritano realiza transplantes renais em crianças de baixo peso e estatura, ou seja, a partir de 7 Kg. De 2009 a 2011, a Unidade de Transplante Renal da Instituição realizou 83 transplantes pediátricos, sendo 37 em pacientes com peso inferior a 20kg. Destes transplantes, 70% foram financiados pelo SUS.
O Hospital também realiza transplantes renais em adultos, tendo realizado 56 procedimentos no período em questão.

G.F.
Revista Apólice

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