O Sincor-SP realizou no dia 15, das 14 às 18 horas, na sede da instituição, o Fórum Técnico de Microsseguros. Com o apoio do Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo, Câmara dos Corretores de Seguro do Estado de São Paulo e Associação Paulista dos Técnicos de Seguro, o evento contou com a participação de Elder Vieira Salles, coordenador geral de produtos da Susep; Rodolfo Ern, diretor executivo da Bradesco Vida e Previdência; Evandro Baptistini, vice-presidente da Aon Affinity Latin America e Marcelo da Rocha Azevedo, professor universitário e da Escola Nacional de Seguros. O encontro foi mediado por Adevaldo Calegari, diretor de benefícios e responsável pela área de microsseguros do Sincor-SP.
O presidente do Sincor-SP, Mário Sérgio de Almeida Santos, recepcionou os participantes falando brevemente sobre o tema proposto. “O microsseguro ainda é um assunto nebuloso, muitos seguradores ainda tem dúvidas. Precisamos desvendar o processo do microsseguro no Brasil. Mas ele veio para ficar”, afirmou.
A primeira apresentação, feita por Salles, abordou a “Visão da Susep sobre o microsseguros”. Ele explicou que a partir de 2006 surgiu o interesse por microsseguro na SUSEP e, em 2008, foi criado o Projeto de Lei 3266, do Deputado Adilson Soares (PR-RJ), que visa estabelecer o marco regulatório do microsseguro. O projeto, que ainda aguarda parecer, prevê formas de contratação e comercialização simplificadas, um corretor de seguro com origem, preferencialmente, das próprias comunidades, entre outros itens. Salles afirma que para o mercado do microsseguro é necessário desenvolver diferenciais, estudo de elaboração de normas facilitadoras, parcerias com órgãos do governo, entre outras ações. “O termo seguro de baixa renda ainda tem muita resistência, é preciso mudar isso”. Entre os desafios da instituição estão: criar uma cobertura mais ampla possível, um limite máximo de garantia, prazo máximo para pagamento de indenização, uma forma de baratear o custo, criar seguradoras especializadas e conscientizar a população. A Susep aponta as classes C e D como um grande público potencial do microsseguro, especialmente a população urbana.
Em seguida, o tema “Atual momento das seguradoras” foi mostrado por Rodolfo Ern. Ele citou que 25% da população é diretamente envolvida com o setor informal, e que de 2005 para 2009, 26 milhões de pessoas migraram da classe D/E para a C. “A nova classe C tem mais recursos financeiros. São pessoas que querem consumir e precisam saber que o seguro é um bom gerenciamento de riscos. Há mais pessoas nesse nível (hoje a classe C representa 53% da população), tem mais dinheiro no bolso, compram mais coisas e que seguro seja um desses itens”, completa. O diretor executivo também mencionou a importância da bancarização, pois fornece ferramentas tecnológicas que tendem a baratear custos para seguros.
A terceira apresentação, ministrada por Baptistini, que atua há 14 anos com projetos de seguro massificados na Aon, debateu o tema “Desafios para os corretores”. Baptistini contextualizou que, em 1999, a AON realizou o primeiro projeto de seguros massificados no Brasil. O vice-presidente também discutiu a especialização, tecnologia e investimentos necessários para a gestão de programas massificados. A comunicação foi um investimento da empresa, assim como uma equipe de estatística. “É necessário comparar o crescimento do mercado, é importante ter um controle”, afirma.
Fechando o evento, Marcelo da Rocha Azevedo falou sobre “Marketing e distribuição de microsseguros”. O professor, autor dos livros “Marketing para corretores de seguro” e “O consumidor de baixa renda – a nova classe média brasileira”, apontou que é necessário uma segmentação do mercado, conhecê-lo melhor e saber como atingi-lo. “No caso do microsseguro, a melhor alternativa é a segmentação geográfica. É saber onde se pode chegar”, afirma. Durante apresentação, Azevedo apontou o crescimento da classe C, suas características e a necessidade que eles têm de fazer um seguro. Para isso, é preciso criar um meio da informação chegar até eles.
Calegari concluiu o encontro afirmando que o microsseguro tem características próprias, completamente diferentes das apresentadas pelos mercados que estamos acostumados a lidar. Portando, é necessário criar uma nova mentalidade para o assunto.
Gabriela Ferigato
Revista Apólice
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