Em palestra realizada ontem, 6 de abril, no auditório do Sindseg-RS, a advogada Laura Neves disse que são três os desafios para o crescimento do seguro agrícola no Brasil. Segundo ela, primeiro: o mercado precisa oferecer produtos adequados; segundo, precisam haver subsídios federal, estadual e talvez municipal, como existe em alguns países; e terceiro, é fundamental o aporte financeiro, garantido pelas resseguradoras. De acordo com Laura, há muito que ser feito neste setor, que responde por menos de 10% da área segurada no Brasil, num país cuja principal atividade é a agricultura. “Somos verdadeiros bebês se comparados aos Estados Unidos ou Austrália e o mercado segurador precisa auxiliar esse crescimento, inclusive politicamente”, alertou.
A palestrante destacou também que para trabalhar com esse produto, corretores e companhias precisam se despir dos procedimentos adotados nos demais ramos, que tem características próprias para o meio urbano. No ambiente rural, o bem segurado é a planta viva, que sofre inúmeras variações, com regulações e procedimentos diferentes. Laura falou ainda sobre o desenvolvimento do campo, que há 20 anos vem investindo em know how e tecnologia de ponta, mas que tem dificuldade em entender a linguagem do seguro. Os resseguradores, segundo ela, são agentes importantes nesse crescimento, porque trazem o conhecimento dos procedimentos adotados nos demais países. Além disso, a “suavização” da legislação em resseguros no Brasil também permite, segundo ela, que o setor alce alguns vôos. A advogada anunciou a criação da Câmara Temática de Seguro Agrícola, junto ao Ministério da Fazenda, que deverá facilitar todo esse processo.
J.N.
Revista Apólice