A cidade do Rio de Janeiro será sede, em 2011, da sétima conferência mundial de microsseguros. O evento, promovido pela Foundation and the Microinsurance Network, visa além da troca de conhecimento, ser uma oportunidade de debate das novas ferramentas, produtos e experiências bem sucedidas para a inclusão da população de baixa renda no mercado de seguros.
No Brasil, a Bradesco Seguros já oferta produtos com o conceito e a filosofia do microsseguro – ainda em aprovação no Congresso Brasileiro. A companhia encerra 2010 com a comercialização de 500 mil apólices do Primeira Proteção Bradesco, um seguro com mensalidade de R$ 3,50 (US$ 1,65) e cobertura de R$ 20 mil (US$ 12.000,00) em caso de morte acidental, com cobertura e valor adequados às necessidades dessas classes.
Eugênio Velasques, diretor executivo do Grupo Bradesco Seguros e da Bradesco Vida e Previdência, explica que o Primeira Proteção Bradesco começou a ser testado em sua fase piloto nas duas maiores favelas brasileiras: Rocinha (Rio de Janeiro) e Heliópolis (São Paulo). ?A aceitação do produto tem a ver com a necessidade das classes de menor poder aquisitivo, expostas diariamente a riscos inerentes à vida moderna, em assegurar a proteção familiar?.
Desde 2008, o Grupo Bradesco Seguros realiza pesquisas para conhecer e entender detalhadamente as necessidades desse público – o que originou o lançamento de dois produtos e subsídios para o lançamento de outros, inclusive com “combos” – uma cesta de coberturas, incluindo a proteção residencial e morte natural, bem como planos mais simplificados de previdência privada, uma vez que este produto começa a ocupar cada vez mais a lista de desejos da população brasileira, independentemente da sua classe social.
Em conferência à imprensa, realizada nesta quarta-feira (15), no Rio de Janeiro, Velasques apresentou um resumo das pesquisas feitas, destacando as oportunidades do mercado das classes C, D e E, nos quais estão 89,6% da população brasileira, com destaque para a classe C, com renda entre US$ 656,00 a US$ 2.827,00 por mês e que recebeu o ingresso na última década de mais de 27,5 milhões de brasileiros. “O seguro se apresenta como uma das últimas fronteiras de inclusão. Se as vendas respondiam por menos de 1% do PIB do Brasil em 1980, chegou em 2009 a 3,4%, e esse mercado pode dobrar de tamanho até 2020, resultado da inclusão propiciada pelo microsseguro, da força da evolução da economia, da maior oferta de produtos e do aumento de renda da população brasileira”.
A.B.
Revista Apólice