Ultima atualização 14 de outubro

Corretores se reúnem para debater desafios da profissão

Considerado peça fundamental da difusão dos seguros na sociedade brasileira, o corretor de seguros continua sendo o principal canal de distribuição das seguradoras. Seja por meio de pesquisas ou em encontros com esses profissionais, as companhias de seguros sempre ratificam esse mesmo discurso. Porém, as novas demandas do consumidor e a forte tendência de concentração do setor – cujas expectativas mais otimistas apontam seis grandes conglomerados de seguros nos próximos anos – exigirão que os corretores parem de dar tanta atenção a promessas e atuem mais na prática em prol de seus clientes. Esse foi o cenário relatado no XIV Conec – Congresso de Corretores de Seguros, organizado pelo Sincor-SP (Sindicato dos Corretores de Seguros de São Paulo) e que recebeu autoridades do mercado e cerca de 5 mil corretores no Palácio de Convenções do Anhembi, em São Paulo, entre os dias 07 e 09 de outubro. Na abertura do encontro, atrasada em pouco mais de uma hora por conta da chuva que atingiu a Cidade no fim da tarde do dia 07, o presidente da entidade, Mário Sérgio de Almeida Santos, relacionou o tema do Conec “A hora é agora” com os deveres e desafios que os corretores terão daqui em diante. Segundo ele, chegou o momento da classe aproveitar ao máximo as oportunidades existentes que serão aquecidas conforme o aumento dos investimentos no Brasil. “Para quem tem sonhos é a hora de realizá-los e fortalecer as parcerias. Esperamos que os corretores possam implantar as ideias apresentadas nos três dias de Conec em seu negócios”, afirmou ele, que aproveitou para ressaltar: “Com o fortalecimento do profissional corretor de seguros todo o mercado sai ganhando”.

Previsões para o setor em destaque
Numa das primeiras palestras do dia, “Agora é a hora! Onde estamos e para onde vamos…”, o superintendente da Susep, Paulo dos Santos, expôs os números alcançados pelo mercado brasileiro este ano – receita de R$ 48 bilhões e R$ 12,8 bilhões em indenizações (até julho) – e as expectativas para o ano de 2016. A previsão é alcançar 8% do PIB (sem considerar os números do segmento saúde) e cobrir 50% dos veículos em estradas e uma a cada quatro casas. “O desafio é buscar um crescimento maior e de forma sustentável. As oportunidades são muitas, cabe ao corretor aproveitá-las”, comentou ele.
Jorge Hilário, presidente da CNSeg (Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização), sugeriu que a categoria reivindicasse um Ministério voltado exclusivamente para o setor. Por sua vez, Robert Bittar, presidente da Fenacor (Federação Nacional dos Corretores de Seguros), aconselhou o corretor explorar carteiras e espaços não ocupados, como os produtos de arrecadação, como VGBL, aproveitando o crescimento da indústria, as vendas massivas, atualmente comercializadas por outros meios de distribuição, e os produtos de riscos patrimoniais, que tiveram crescimento pouco expressivo.
O apresentador de TV Ronnie Von participou do painel para representar a visão do consumidor.

Indústria de R$ 20 bilhões
Para continuar atuando na carteira de automóvel o corretor de seguro tem de se reinventar. Essa foi uma das principais mensagens passadas no módulo intitulado “Automóvel: Tendências Expectativas”. Apesar do cenário econômico favorável, o espaço a ser explorado é enorme. De acordo com Ricardo Saad, Presidente da Bradesco Auto/RE, somente 22% das pessoas que compram carro 0 km adquirem uma proteção para o seu veículo. Passados 02 anos de uso, quase metade dos motoristas desiste de renovar seguro. “Embora o seguro de automóvel seja o mais vendido da carteira patrimonial, somente 25% da frota local têm seguro”, afirmou.
Segundo ele, em 2010, o segmento deve atingir R$ 20 bilhões, volume duas vezes maior que o visto em 2003. Trata-se de um cenário do qual o advogado Antonio Penteado Mendonça chamou de “mar de almirante”. “Os corretores terão de ter uma boa embarcação e uma tripulação competente para navegar neste cenário positivo”.
Na opinião do especialista, como num futuro breve ficarão cerca de cinco seguradoras no mercado, o corretor tem de se preparar para enfrentar novos canais de distribuição. “Decidir se quer ser agente ou corretor de seguros é uma escolha que este profissional terá de fazer em breve. Mais de 80% dos profissionais que vendem seguros já trabalham como agentes e o restante como corretor”, alertou ele.
Quem optar por ser corretor terá de investir em atendimento mais transparente com o cliente, capacitação e estrutura operacional. Neste contexto, a internet será uma ferramenta fundamental. Para Marcelo Sebastião, da Porto Seguro, a necessidade de acesso às informações a todo momento tornam os canais online instrumentos essenciais para o corretor atender as novas demandas da sociedade. Facilidade e mobilidade são as palavras de ordem deste novo cenário. “As classes C, D e E representam 80% dos internautas. Por mês são enviados 600 milhões de SMS. Ao final de 2010, teremos 190 milhões de celulares no Brasil”, enumerou Sebastião ressaltando o mundo de oportunidades que os corretores sintonizados no meio online terão.

Internet a serviço do corretor
No painel “Tecnologia: facilite seus negócios”, o corretor conferiu dicas de como utilizar a tecnologia a seu favor. A apresentação foi de Eduardo Dal Ri, diretor de Produto Automóvel da HDI Seguros e o os corretores Alexandre Mantovani e Clovis Kaminskas debateram o tema. Dal Ri explicou que a palavra-chave para a tecnologia aplicada a serviços é internet. Ele também trouxe alguns dados sobre o ambiente online no Brasil, como a quantidade de internautas, que são 67 milhões. Segundo Dal Ri, as pessoas estão transferindo suas relações para a internet e aumentando o consumo por este canal. Assim, o corretor pode aproveitar a audiência deste espaço para fixar sua marca. Outra boa dica é procurar parcerias para viabilizar essa exposição. “Estar presente nas redes sociais é importante, mas tem de ser de uma forma sutil. O profissional pode criar um perfil da corretora no Facebook com informações institucionais, por exemplo”, sinalizou o executivo da HDI.

Confira a cobertura completa do XIV Conec na edição de outubro da Revista Apólice

Aline Bronzati e Jamille Niero
Revista Apólice

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