O mercado de previdência privada arrecadou R$ 19,84 bilhões de janeiro a junho de 2010, alta de 18,11% na comparação com os R$ 16,80 bilhões registrados em igual intervalo do ano anterior. Conforme dados publicados pela Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), o VGBL estimulou este resultado. No primeiro semestre de 2010, o produto somou R$ 15,61 bilhões e obteve elevação de 21,66%, na comparação aos R$ 12,83 bilhões arrecadados no mesmo período do ano passado.
O volume de contribuições do PGBL – produto de previdência adequado para quem faz a declaração completa do Imposto de Renda e que permite deduzir até 12% do montante a ser pago à Receita Federal – expandiu 14,52% no período com arrecadação de R$ 2,56 bilhões no período.
Atualmente, há 11,5 milhões de contratos de planos previdenciários, com cerca de 101 mil pessoas beneficiadas pelas coberturas de pecúlio, pensão e aposentadoria. De acordo com o vice-presidente da Fenaprevi, Renato Russo, nos últimos 15 anos o Brasil cresceu, alcançando um ambiente mais favorável e de estabilização econômica, permitindo que mais pessoas investissem em planos de previdência privada. “A previdência privada complementar é por definição um instrumento financeiro que melhor resume a preocupação com a educação financeira e também os riscos de longevidade e sobrevivência”, resume ele.
No primeiro semestre de 2010, a arrecadação dos planos tradicionais retraiu 3,60%, alcançando a casa do R$ 1,65 bilhão contra o R$ 1,71 bilhão obtido no mesmo período do ano passado. Os outros produtos de previdência (FAPI, PGRP e VGRP) somaram R$ 7,39 milhões, com retração de 10,44%.
Em relação à carteira de investimentos – que corresponde aos ativos que garantem as provisões técnicas – o mercado de previdência complementar cresceu 21,88% em junho de 2010. Com isso, a carteira do setor somou R$ 197,97 bilhões.
O VGBL obteve novamente o crescimento mais expressivo, com alta de 30,38% do total de recursos, passando de R$ 81,51 bilhões para R$ 106,28 bilhões entre junho de 2009 e junho de 2010. O PGBL cresceu 18,63% no período, sendo que a carteira do produto passou de R$ 43,23 bilhões para R$ 51,28 bilhões. Já a carteira de planos tradicionais passou de R$ 37,17 bilhões para R$ 39,90 bilhões, o que representou um avanço de 7,34%.
Provisões
As provisões – recursos acumulados pelos participantes do sistema de previdência complementar – somaram R$ 190,56 bilhões em junho de 2010, o que representou uma alta de 21,52% em relação a junho de 2009 quando as provisões do setor somavam R$ 156,82 bilhões.
Correspondendo a expectativa do mercado, as provisões dos planos VGBL tiveram o crescimento mais expressivo, 30,40%, passando de R$ 81,75 bilhões para R$ 106,60 bilhões entre junho de 2009 e junho de 2010.
As provisões de PGBL cresceram 18,39% em junho de 2010, sendo que as provisões do produto passaram de R$ 43,03 bilhões em junho do ano passado para R$ 50,95 bilhões em junho deste ano. As provisões de planos tradicionais passaram de R$ 31,52 bilhões em junho de 2009 para R$ 32,49 bilhões no mesmo mês em 2010 ? crescimento de 3,10%.
Com relação a market share, os planos VGBL mantiveram a liderança no volume de depósitos no sistema de previdência complementar, com 55,94% do total, seguidos pelos PGBL, com 26,74% do volume total de provisões, enquanto os planos tradicionais contaram com 17,05% do volume total de provisões. Outros produtos – incluindo os Fapi – completam a equação, com 0,26%.
Ranking
A Bradesco Vida e Previdência liderou o ranking de arrecadação no primeiro semestre, com 31,97% do total, seguido pela BrasilPrev (20,07%), Itaú Vida e Previdência (19,41%), Caixa Vida e Previdência (8,75%), Santander Seguros (8,49%), HSBC Vida e Previdência (4,60%), Safra Vida e Previdência (1,12%), Icatu Hartford Seguros (0,92%), Sul América (0,75%), Porto Seguro Vida e Previdência (0,58%). As demais seguradoras somam, no total, 3,34% do valor arrecadado.
Aline Bronzati
Bronzati