Impasse marca as negociações entre o governo e as empresas privadas seguradoras em torno do projeto de lei que cria a Empresa Brasileira de Seguros (EBS). Após reunião no Ministério da Fazenda, o diretor da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada, Vida e Capitalização (CNSeg), Alexandre Malucelli, afirmou que o setor não abre mão da posição contrária à criação da EBS.
Segundo ele, as empresas do setor vão continuar pressionando politicamente o governo para recuar da decisão de criar a estatal. O Ministério da Fazenda, no entanto, não deu sinais na reunião de que vai recuar da proposta que foi incluída no pacote de estímulo às exportações, anunciado em maio passado.
Malucelli e outros representantes da CNSeg estiveram reunidos por mais de uma hora com o secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Dyogo Oliveira. O dirigente da CNSeg, que é vice-presidente da J. Malucelli – maior seguradora de garantias da América Latina -, disse que o setor propôs a criação de um fundo, formado por todos os fundos estatais garantidores de crédito, a ser administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em substituição à EBS. “Foi uma reunião produtiva no sentido de que há diálogo, com boa vontade de ambos os lados “, disse Malucelli.
Ele rebateu a posição do governo de que o setor não tem condições de garantir o seguro para as obras de infraestrutura que o País precisa.
“O setor privado mais que nunca tem condições de garantir. Até porque a abertura do mercado de resseguros foi feita em um modelo muito inteligente”, disse.
O executivo ressaltou que o setor tem hoje no País mais de 90 resseguradoras e 150 seguradoras. “O mercado está bastante disposto a fazer negócio, com conhecimento e preparado”, justificou. Ele reclamou do fato de que a proposta foi discutida no governo sem a participação do setor. “O projeto se desenvolveu dentro do âmbito público. Agora está tendo diálogo em diversos níveis”, justificou.
Malucelli informou que o presidente da CNSeg, Jorge Gouveia Vieira, vai se reunir nos próximos dias com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para discutir o problema. “Diálogo é a melhor solução para o momento. Estamos procurando trazer o conforto para o governo e mostrar que não precisa da EBS”.
Adriana Fernades
Agência Estado / Jornal do Commercio-RJ
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