Ultima atualização 22 de julho

Como o mercado se posicionará depois do acidente da BP

O tampão utilizado pela British Petroleum (BP) no Golfo do México na semana passada para acabar com o óleo jorrado no local infelizmente não deu conta do recado. Conforme informações da Casa Branca, ainda há pontos de vazamento na parte superior e focos de infiltração a 3,2 quilômetros de distância. Depois de três meses da explosão da plataforma de petróleo, considerado o pior desastre ambiental da história norte-americana, a boa notícia é que um túnel de alívio deve alcançar o poço danificado da empresa BP neste fim de semana. Com isso, o vazamento pode ser definitivamente selado. Porém, os prejuízos deste acidente não param por aí. Estimam em US$ 4 bilhões o custo atual do ocorrido para a BP, cujas ações já recuaram 40% desde o começo do desastre, no dia 20 de abril. Além disso, a companhia informou nesta semana a venda de US$ 7 bilhões em ativos para reunir os recursos necessários para tamanho prejuízo.
A imagem negativa se espraia não só à BP, dona de 65% do poço - a Anadarko Petroleum Corp. é proprietária de outros 25% – mas à toda indústria de petróleo global. Para piorar a situação da companhia, seu porta-voz Scott Dean teve de reconhecer esta semana que foi divulgada uma foto manipulada no site da BP, que mostra funcionários observando imagens submarinas do vazamento em dez telões.
Embora, haja o envolvimento de vários grupos no desastre e todos contem com apólices de seguros, os danos são considerados irreparáveis. A mancha negra à imagem corporativa da empresa, que foi uma das primeiras a constituir uma postura ambiental correta, se compara a deixada no meio ambiente, que já chega às ondas da praia de Orange (Alabama). Concurso lançado pelo Greenpeace International para escolher um novo logo para a BP, no qual o vencedor é o candidato que caprichar mais na deterioração da marca, mostra o quanto a imagem corporativa da companhia já foi arranhada. A ONG recebeu mais de mil criações. O acidente causou a morte de 11 funcionários, deixou 17 feridos, sendo que destes três estão em estado grave. Também afetou a cadeia ambiental, comunidades de pescadores, fora o impacto no setor de turismo. Para completar o ciclo de prejuízos, o próprio Governo norte-americano deu uma moratória para exploração de petróleo em alto mar, o que pode resultar num grande número de desempregos, levando em conta que o trabalho de 33 plataformas foi paralisado. Estes também são potenciais demandantes de ações judiciais - já foram solicitadas mais de 80 mil indenizações.
Especialistas lembram que ainda não é possível mensurar o impacto, a extensão dos danos e as consequências futuras deste acidente, pois o vazamento ainda não foi contido. O que fica claro é que o desastre da BP mostrou que apesar do crescente desenvolvimento tecnológico, não se pode afirmar que as empresas exploradoras de petróleo detêm absolutamente o controle de todos os riscos inerentes à exploração em costas marítimas.

Confira a matéria completa na edição de julho da Revista Apólice.

Aline Bronzati
Revista Apólice

Foto: Reuters

Compartilhe no:

Assine nossa newsletter

Você também pode gostar

Feed Apólice

Ads Blocker Image Powered by Code Help Pro

Ads Blocker Detected!!!

We have detected that you are using extensions to block ads. Please support us by disabling these ads blocker.

Powered By
100% Free SEO Tools - Tool Kits PRO