Ultima atualização 14 de junho

Chartis investirá US$ 50 milhões no Brasil

A concorrência na indústria de seguros brasileira se torna dia a dia mais interessante. A notícia quente da semana vem da Chartis, novo nome da seguradora de ramos elementares da AIG. Presente no Brasil com a seguradora Chartis Seguros e com a resseguradora admitida American Home, o grupo agora vai aportar US$ 50 milhões para atuar como ressegurador local.
?Pelas normas, precisaríamos de US$ 30 milhões, mas optamos por começar com um valor maior, pois a demanda por resseguro no Brasil nos próximos anos será grande?, diz Guilhermo Leon, responsável pelas três empresas do grupo no Brasil. Ela se juntará ao seleto grupo de resseguradores locais formados pelo IRB Brasil Re, ACE, Mapfre, XL, JMalucelli e Munich Re, para as quais as seguradoras são obrigadas a ofertar 40% dos contratos de resseguros.
Além da resseguradora, a Chartis está preparando a seguradora, com operações praticamente em grandes riscos e seguros financeiros, para atuar no varejo. “Vamos explorar nichos específicos como seguro garantia estendida e carros de luxo, por exemplo”, comentou Leon. Para isso, elevou o capital da seguradora de US$ 30 milhões para US$ 70 milhões. Para atuar em massificado, falta a finalização da implementação do sistema operacional. “Em fevereiro de 2012 ele estará totalmente pronto”.
A previsão é de que a autorização da Superintendência de Seguros Privados (Susep) para ser ressegurador local saia em oito meses. “Assim que sair, aportaremos os recursos”, afirma. Até lá, o grupo mantém parcerias com IRB Brasil Re e Munich Re, entre os principais resseguradores, para negociar os contratos conquistados pela seguradora do grupo.
Em 2009, a Chartis Seguros movimentou prêmios de US$ 110 milhões. Mesmo considerando-se que 30% deste valor veio de um contrato, das garantias do Rio Madeira, trata-se de um bom recomeço levando-se em conta que no mercado de seguros o que vale mais na hora da contratação de uma companhia é a imagem de solidez. “Nossa previsão é encerrar 2010 com US$ 150 milhões em prêmios”, afirma o executivo.
Em setembro de 2008, a AIG só não foi à falência porque foi socorrida pelo governo americano com US$ 180 bilhões. Mais de 4 mil empresas, de diversos segmentos, formavam o grupo. Após setembro de 2008, o grupo foi divido em três blocos: seguros de ramos elementares, seguros de vida e previdência e outras atividades. O pedaço de ramos elementares virou Chartis e as duas operações de vida, Alico e AIA, negociadas com MetLife e Prudential do Reino Unido.
No Brasil, a Chartis começou praticamente do zero. “Tínhamos os contratos mundiais e 10 funcionários em janeiro de 2009. Hoje já temos uma equipe com 105 pessoas e três andares num prédio em São Paulo”, disse ele, que também se prepara para inaugurar um escritório no Rio de Janeiro.
Leon está empenhado em treinar pessoas para atuarem no setor, que carece de profissionais qualificados em razão dos 69 anos de monopólio de resseguro. A Chartis organizou programas nacionais e internacionais para treinar universitários em subscrição de riscos, profissão conhecida mundialmente como underwriteres. “Temos uma grande demanda por profissionais, principalmente que falem fluentemente o inglês”, disse.
Se hoje já faltam profissionais, o problema ficará ainda maior se nada for feito agora. Isso porque nos próximos quatro anos a demanda por profissionais qualificados será grande. Principalmente porque num mercado aberto de resseguros, a qualidade das informações é que determinará o preço do contrato de resseguro.
A abertura da resseguradora local, segundo Leon, foi decidida para tornar o grupo mais competitivo. “Desta forma podemos controlar melhor o gerenciamento de risco e ofertar uma capacidade financeira mais adequada ao segurado e não apenas ser um intermediário entre o cliente e o ressegurador”, explicou.
Segundo Leon, a Chartis, com US$ 40 bilhões em faturamento em 2009 e atuação em mais de 160 países, tem apetite por todos os segmentos no que diz respeito aos contratos dos eventos esportivos. No entanto, até agora não conquistou apólices que envolvam a Copa e as Olimpíadas. “Estamos na concorrência do estádio Fonte Nova”, disse. A alemã Allianz é quem tem levado boa parte dos contratos de garantia e de risco de engenharia dos estádios. “Todos aguardam a liberação dos financiamentos para comprar o seguro e estamos na disputa”, garante o presidente da Chartis.

Denise Bueno
Sonho Seguro

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