Na avaliação do diretorexecutivo da Bradesco Vida e Previdência, Eugênio Velasques, nos próximos 15 anos, o microsseguro, além de exercer a função social de cobrir as necessidades das camadas mais pobres da sociedade, será uma opção de renda complementar para mais de 700 mil brasileiros, que deverão trabalhar como correspondentes de corretores ou seguradoras na comercialização desse tipo de produto. Segundo ele, isso significa que, tomando como base a população atual, a cada grupo de pouco mais de 200 brasileiros, um atuará na atividade de seguros.
Eugênio Velasques projeta números e cifras gigantescos a reboque do microsseguro, produto ainda inexistente e cuja legislação tramita na Câmara dos Deputados, prevendo a implantação de incentivos fiscais.
Na Bradesco, por exemplo, a estimativa é que sejam comercializadas, anualmente, de quatro a cinco milhões de novas apólices, englobando seguros de vida, acidentes pessoais, prestamista e residencial, além do auxílio funeral.
“Em apenas cinco anos, o microsseguro deve inserir no mercado de seguros algo em torno de 50 milhões de brasileiros das classes de menor poder aquisitivo”, afirmou o executivo, em palestra promovida quarta-feira última em parceria com o Sindicato dos Corretores de Seguros do Rio de Janeiro (Sincor-RJ) e apoio da Escola Nacional de Seguros (Funenseg). Em 10 anos, segundo ele, o número de novos consumidores de seguros chegará a 75 milhões e em 15 anos, a 100 milhões.
Obstáculos
Na opinião de Eugênio Velasques, os grandes desafios para as empresas do setor serão obter pleno conhecimento do mercado, lançar produtos específicos para cada segmento do público consumidor e desenvolver novas formas de comercialização, com a adoção de tecnologias avançadas.
Para ele, será preciso também aprovar uma nova regulamentação, que reduza os custos dos produtos, controlar a fraude e investir na divulgação do microsseguro em programas populares, noticiários e novelas.
Eugênio Velasques sustentou que o corretor pode explorar esse nicho, coordenando equipes de vendas e formando uma organização operacional a partir do modelo das assessorias de seguros ou plataformas.
Quanto à possibilidade de o microsseguro ser comercializado já a partir deste ano, ele disse que está “um pouco cético”. Mesmo assim, ele entende que o mercado deve investir no desenvolvimento de novos produtos desde já. “A Bradesco lançou o seguro Primeiro Proteção, voltado para públicos de menor renda, e vendeu 100 mil apólices em apenas 100 dias. Acho que há muito espaço para ocupar”, concluiu o executivo.
Jornal do Commercio-RJ
