Ultima atualização 15 de abril

APTS promove evento sobre sinistros massificados

O Seminário ?Considerações sobre Sinistros Massificados?, realizado pela Associação Paulista dos Técnicos de Seguro (APTS), nesta terça-feira, 13 de abril, no auditório do Sindicato das Seguradoras de São Paulo (Sindseg-SP), teve como enfoque principal dois ramos de seguros, residencial e automóvel. O diretor de Sinistros Massificados da APTS, José Roberto Macea, dividiu a coordenação do evento com Carlos Roberto De Zoppa, membro do Conselho Administrativo da entidade.

Residencial
Potencial do ramo

Dados de uma pesquisa apresentada pelo superintendente da Allianz Seguros, Laur Diuri, apontam que até 2016, ano das Olimpíadas no país, serão construídas mais 13,7 milhões de novas moradias. Porém, atualmente, apenas 10% das residências brasileiras possuem seguro.
Para alcançar todo o potencial do ramo, Diuri entende que o mercado de seguros deve alterar a forma de regulação e liquidação dos sinistros. Ele conta que, na Europa, as empresas que atuam na assistência ao seguro residencial têm autonomia para regular o sinistro e pagar até mil euros em indenizações, sem envolver o departamento de regulação das seguradoras.

Inovação
A sugestão de Diuri já vem sendo praticada pela Santander Seguros, segundo o diretor José Carlos da Silva. Em um caso exemplar, ele apresentou a iniciativa da seguradora no sinistro de São Luiz do Paraitinga, município do interior paulista, que ficou completamente submerso após ser atingindo por fortes chuvas no início deste ano.
?Enviamos uma equipe para lá e prestamos toda a assistência até mesmo para aqueles que não eram nossos clientes. Como não havia o que regular, já que tudo estava destruído, procuramos nossos segurados e adiantamos parte da indenização?, relatou.

Exemplo alemão
Numa tarde qualquer, a alemã Frau Schmidt recebe em sua casa uma visita que, sem querer, derruba café em seu tapete persa. Ela aproveita o ensejo e manda lavar o tapete, que estava mesmo um tanto sujo. A seguradora recebe a conta de 135 euros e paga, sem qualquer questionamento. O exemplo de Frau Schmidt é um dos preferidos do advogado e consultor Antonio Penteado Mendonça para mostrar quanto o seguro residencial pode ser melhorado.
Na Alemanha, onde mais de 90% da população possui, há décadas, o seguro de responsabilidade civil ?chefe de família? ? um produto ainda pouco conhecido no Brasil ?, as seguradoras, segundo ele, sabem do uso incorreto do seguro, mas preferem ignorá-lo a ter de gastar mais com a regulação do sinistro. ?A seguradora não é boazinha. Ela apenas sabe que isso acontece, então precifica, ou seja, embute no preço do seguro?, disse.

Automóvel
Desde que foi implantado no país, na década de 90, o seguro perfil em automóvel tem gerado conflitos entre segurado e seguradora. Respostas inexatas sobre fatos que poderiam influenciar na aceitação da proposta ou a omissão de informações têm causado a negativa do pagamento de sinistro, em muitos casos. Para a advogada Angélica Carlini, seria importante esclarecer ao consumidor de seguros que o risco é mensurado de acordo com suas respostas. ?O segurado não sabe, mas cada resposta sua representa um impacto no valor do prêmio?, disse. ?Temos de eliminar o déficit de informação?, acrescentou.

Reciclagem
Entre 2008 e 2009, a frota de veículos segurados aumentou de 11,3 milhões para 12,8 milhões. A sinistralidade também cresceu em 2009, período em que foram regulados 2,1 milhões de sinistros, segundo o diretor da Bradesco Seguros, Fernando Cheade. Ele destaca que esse crescimento gerou uma situação nova, que é a falta de capacidade das oficinas de reparação em atender a demanda crescente. ?Esse é um ponto de gargalo que tende a aumentar?, prevê.
Cheade também aponta as conseqüências ambientais do descarte de veículos velhos. ?Temos de pensar na correta destinação e reciclagem de veículos, porque no futuro teremos lixões de peças e resíduos a céu aberto?, alerta.

Fraude
O superintendente da Mapfre Seguros, Rogério Esteves Alves, trouxe uma questão para reflexão do setor. Segundo ele, a explosão na venda de veículos entre o final de 2008 e o início de 2009, provocou um aumento vertiginoso na sinistralidade da carteira e também no volume de fraudes, entre os meses de janeiro a março de 2009.
Ocorre que, especificamente naquele período, a tabela Fipe, utilizada pelo setor como referência para o pagamento de indenizações de sinistros de automóveis, estava defasada em relação ao preço de mercado. Para ele, essa diferença influenciou no crescimento dos casos de perda total dos veículos e no volume de fraudes. ?Naquela fase, o sinistro era lucrativo para os fraudadores?, observou. Por isso, concluiu que é preciso aperfeiçoar os métodos de combate à fraude.

Márcia Alves

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