O setor de Private Equity e Venture Capital (PE&VC) figura como uma opção às indústrias médico-hospitalares e odontológicas que buscam alternativas para crescer. Nesta área, os fundos são de longo prazo, fechados, de compromisso, entre outras características que tornam o negócio mais estável. O momento também é promissor para as companhias nacionais, visto que o Brasil foi eleito o destino de preferência para investimento em PE&VC nos próximos anos, segundo pesquisa realizada durante o Emerging Markets Private Equity, em Nova Iorque. O país superou outros demais emergentes que integram o BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China).
No entanto, as empresas precisam se preparar para receber o chamado capital empreendedor. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital (ABVCAP), Luiz Eugenio Figueiredo, o ciclo entre a prospecção e a entrada efetiva de recursos consome em média um ano. Neste período, são cumpridas as seguintes etapas:
Organização: Nesta fase ocorrem estudos, networking, encontros especializados, consultorias financeiras e pesquisas por meio de periódicos (jornais, revistas, websites, etc.) e banco de dados do gestor;
Análise: Aqui, verifica-se a qualificação dos administradores, do mercado, as vantagens competitivas, a veracidade dos números apresentados, as projeções, balanços e oportunidades de saídas;
Valuation: Levantamento de múltiplos, fluxo de caixa descontado, valor patrimonial, entre outros.
Negociação: Nesta etapa são estabelecidos o memorando de entendimentos, o acordo de acionistas, os direitos societários e de gestão, indicação do CFO, substituição da diretoria, indicação de auditoria, obrigação de boas práticas de governança corporativa e mecanismos de liquidez;
Due Diligence: Constitui na análise e avaliação detalhada de informações e documentos pertinentes ao negócio, considerando o perfil dos administradores, dados técnicos e legais, contingências trabalhistas e tributárias, patentes e direitos autorais, estrutura societária e financeiro-contábil.
O setor contempla diferentes segmentos: o Capital Semente (indicado para empresas que estão nascendo); o Venture Capital (indicado para empresas que desejam expandir); o Private Equity (indicado para empresas já consolidadas que almejam novas fatias de mercado); o Mezanino (indicado para empresas já consolidadas que querem converter dívidas em ações) e o PIPE (comprar ações relevantes em empresas abertas).
Empresas com faturamento anual, ou faturamento líquido anual consolidado, inferior a R$ 150 milhões podem receber fundos de PE&VC. É vedado o investimento em empresas controladas por grupo de sociedades com patrimônio líquido consolidado superior a R$ 300 milhões.
PE&VC e o setor saúde
A indústria médico-hospitalar e odontológica desponta com uma das áreas mais atrativas para os investidores de Private Equity e Venture Capital (PE&VC). O setor investe em pesquisa e desenvolvimento, inovação e prevê um crescimento médio de 12% para 2009. “A maioria das empresas do setor tem foco no mercado brasileiro, embora 30% deste universo já está exportando. Hoje, temos cadastrados no projeto da ABIMO e Apex-Brasil 152 empresas exportadoras”, disse o diretor-institucional da ABIMO, Márcio Bosio.
Para estreitar as relações, foi realizado no dia 19 de novembro o encontro “Perspectivas de Setor Hospitalar e Odontológico”. O evento reuniu membros da ABVCAP, ABIMO, ABDI e empresários.