EXCLUSIVO – Diante do cenário atual do mercado de seguros, é fundamental que haja discussões para uma reflexão sobre o novo papel do corretor de seguros. Para debater esse assunto, a ENS – Escola Nacional de Negócios e Seguros – promoveu ontem, 5 de janeiro, no auditório da entidade em São Paulo, o evento “O Novo Papel do Corretor de Seguros”.
O encontro destacou temas como o crescimento do mercado de seguros, a disrupção digital e importância da qualificação do corretor para a comercialização do seguro. Também foram analisados os papéis de entidades representativas do segmento, como Susep e Ibracor, e o que elas estão fazendo para auxiliar a categoria.
O debate foi conduzido por Renato Gonçalves, sócio-diretor da Movida Consultoria e Corretagem de Seguros, e teve a participação de Hidelbrando Neres, sócio da Valor Global Consultoria e Corretagem de Seguros; Giuseppe Calabro, consultor de novos negócios na Me Proteja Consultoria; e André Rezende, sócio na WinSeg Consultoria.
Para Gonçalves, a relação do corretor com o cliente é diferente do relacionamento do segurado com a seguradora e é por isso que o profissional deve atuar como um consultor no momento da venda e no pós-vendas, entendendo quais são as reais necessidades do consumidor.
“O novo papel do corretor de seguros não é oferecer apenas cotações, pois hoje em dia qualquer pessoa entra na internet e consegue comparar os preços entre um produto e outro. É necessário desenvolver a cultura do seguro no País e que a categoria esteja preparada para o oceano de oportunidades que o setor está oferecendo”, afirmou o executivo.
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Neres fez um panorama do mercado durante sua palestra. O setor de seguros fechou 2019 com crescimento na casa de dois dígitos, entre 11% e 12,5%. Para 2020, a expectativa permanece positiva. Segundo dados da CNseg, o segmento irá alcançar uma expansão de até 13%. “Em um mercado em constante crescimento, é fundamental que o corretor esteja atento às tendências. Isso só se resolve com o conhecimento e entidades como a ENS estão aqui para oferecer qualificação para aqueles que querem estar prontos para o futuro”.
Diante da digitalização dos negócios e da transformação digital que impactam a estrutura e o modelo operacional do setor, muitos outros pontos também requerem atenção das corretoras, seguradoras e dos profissionais que atuam no mercado. De acordo com Rezende, “é fundamental que o corretor utilize a tecnologia para otimizar o tempo e humanizar o atendimento ao consumidor”.
Em meio às polêmicas da MP 905, publicada em 11 de novembro de 2019, revogando a lei 4.594, de 29 de dezembro de 1964, que regulamentava a profissão de corretor de seguros, Marcos Abarca, secretário do Sincor-SP da unidade Leste, afirmou que o corretor de seguros é o único que possuí conhecimento embarcado e capacidade de gerar confiança. “Acreditarmos no mercado segurador é necessário e é por isso que as entidades estão trabalhando em prol da categoria, buscando a certeza da continuidade do trabalho do corretor e dos direitos garantidos”, ressaltou Abarca.