EXCLUSIVO – Com o tema “O futuro inteligente do corretor de seguros”, a 20ª edição do Congresso dos Corretores de Seguros (Conec) teve início nesta quinta-feira (25), no Distrito Anhembi, em São Paulo. O evento reúne milhares de profissionais, autoridades e representantes do mercado em uma solenidade de abertura marcada por apresentações artísticas e institucionais.
Abrindo os trabalhos, o presidente do Sincor-SP, Boris Ber, destacou o simbolismo de o Conec acontecer em um momento de transformações aceleradas para o mercado. Segundo ele, mesmo diante de mudanças regulatórias, como a nova Lei de Seguros e ajustes na ANS, o corretor continua desempenhando um papel insubstituível. “Se eu pudesse escolher em qual momento ser presidente, seria exatamente este. O setor vive uma fase de transformação, com muitos desafios, mas também com oportunidades”, afirmou.

O dirigente reforçou que a digitalização e a chegada de novos modelos de negócio exigem união da categoria. “Só vamos conseguir atravessar essa transformação se estivermos juntos pelo fortalecimento do setor”, completou. Para ele, o Conec ultrapassa os limites dos três dias de programação, já que o aprendizado gerado se converte em prática no cotidiano do mercado.
Boris também lembrou a relevância de São Paulo no cenário nacional. O estado responde por cerca de 40% da receita do setor de seguros e concentra mais de 56 mil corretores em atividade. “Essa é a prova viva de que o corretor de seguros é e continuará sendo insubstituível”, destacou, ressaltando que o mercado está entrando em uma nova era de inovação acelerada.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, também participou da abertura. Em sua fala, reforçou a importância do corretor, especialmente no segmento de saúde suplementar. Para ele, a intermediação profissional garante orientação adequada, escolha do plano mais apropriado e suporte no pós-venda, o que contribui para desafogar a rede pública de saúde.

“Em vez de contratar direto, o cliente pode contar com o corretor para orientar, indicar o melhor plano e dar assistência quando necessário”, disse Nunes, ao destacar que essa atuação amplia a qualidade do atendimento e reduz a sobrecarga do sistema público.
O prefeito ainda destacou sobre o programa Smart Sampa, sistema d e monitoramento da prefeitura que reúne mais de 40 mil câmeras de monitoramento para reconhecimento de placas e identificação de pessoas. A iniciativa tem ajudado na recuperação de veículos roubados e no combate a crimes urbanos reforçando como a tecnologia vem cada vez mais fazendo parte da seguranças dos cidadãos aumento ainda mais mitigação dos riscos na sociedade.
Debate regulatório com a Susep
A programação da abertura incluiu também um talk show com a Superintendência de Seguros Privados (Susep). O diretor de Regulação Prudencial e Estudos Econômicos da autarquia, Airton Almeida, avaliou que a Lei Complementar 213 representa um marco para o setor, ao atrair novos entrantes e ampliar oportunidades para todos os agentes.
Ele apresentou números que reforçam o potencial de crescimento: cerca de 26% dos prêmios mundiais de seguros têm origem em mútuas, que movimentam aproximadamente US$ 1,3 trilhão por ano. Segundo Almeida, esse é um espaço ainda pouco explorado no Brasil, mas com grande perspectiva de expansão.
A discussão também trouxe para o centro do debate os impactos das mudanças climáticas. Almeida lembrou que os desastres naturais recentes, especialmente no Rio Grande do Sul, reforçam a necessidade de avançar em soluções de seguro contra catástrofes.
Nicholas Godoy, de São Paulo.