EXCLUSIVO – Na manhã desta quinta-feira, 05 de outubro, a CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras) realizou uma coletiva de imprensa online para apresentar as projeções do mercado de seguros para 2023 e 2024. Dyogo Oliveira, presidente da entidade, falou sobre as revisões de crescimento do setor e comentou sobre o cenário macroeconômico.
Em novembro de 2022, a projeção da CNseg era de que o mercado crescesse 10,1% neste ano. Entretanto, após rever os dados do setor divulgados até setembro, a Confederação estima que o segmento deve crescer 9,4%. Segundo Oliveira, boa parte do reajuste se deu pelo momento complexo que a Previdência Privada vive. “Para se ter uma ideia, o índice de endividamento das famílias brasileiras, em termos percentuais de renda, está em 48,3%. Já o comprometimento da renda gira em torno de 23%. Isso faz com que as pessoas deixem de investir no planejamento financeiro, e as reservas acabam sendo usadas para o dia a dia e o pagamento de dívidas”.
Na contramão do nível de expansão do mercado de seguros, a CNseg continua otimista com o aumento do PIB, que em novembro de 2022 a previsão era de 2,20%, e até setembro o crescimento foi de 3,20%. “Fomos a primeira instituição a ser otimista, em um momento que analistas afirmaram que o PIB não cresceria 1%. Esse é um cenário bem mais positivo do que no final do ano passado, e ficamos felizes de termos antecipado que nossa economia melhorou”, disse Oliveira.
O presidente da CNseg também comentou sobre a queda na arrecadação de alguns ramos. No Seguro Rural, por exemplo, era esperado um subsídio do Governo de R$ 2 bilhões, e até o momento só foram oferecidos R$ 1 bilhão. “Diante disso, tivemos que rever o crescimento da carteira de 20,6% para 9,1% em 2023”. Em Seguros de Pessoas, Oliveira afirmou que por conta do endividamento da população o ramo deve crescer 6,3% ao invés de 10,1%, como era previsto no final do ano passado.
No Seguro Automóvel, a projeção de crescimento da CNseg foi de 8,0% para 18,0%, principalmente devido ao subsídio de R$ 300 milhões do Governo para a compra de carros novos, além dos reajustes significativos feitos pelas seguradoras no produto. Já na Saúde Suplementar, Oliveira observou que o segmento cresceu 10% nos sete primeiros meses de 2023. “Entretanto, essa expansão não é somente aumento de número de beneficiários. Tivemos inflação médica, o que se refere aos reajustes dos planos de saúde, que tem vindo muito acima da inflação tradicional da economia, diante dos avanços trazidos pela tecnologia, aumento da longevidade e custos com prestadores”.
Ao final da coletiva, o presidente da CNseg também comentou sobre a reunião que aconteceu na última terça-feira com o ministro Fernando Haddad. Segundo Oliveira, a entidade fechou um acordo com o Ministério da Economia para a aprovação do PL 29/2017, que tem como objetivo mudar os contratos de seguros do Brasil. “Ainda estamos acertando os ajustes finais desse PL, que visam a proteção e aumento da transparência para ter uma relação mais próxima ao segurado. O relatório deve ser publicado pelo Senado nas próximas semanas, só então poderemos entrar em mais detalhes”.
Confira a projeção completa da CNseg:
Nicole Fraga
Revista Apólice