A CNseg encerrou a série de webinars “Jornada do Setor de Seguros Rumo à COP30” com o 5º workshop, realizado em 15 de outubro, dedicado aos impactos das mudanças climáticas em vida e saúde. O encontro reuniu especialistas para discutir como o aquecimento global afeta tanto a saúde das populações quanto a gestão de riscos e a sustentabilidade financeira das seguradoras.
A professora Helena Mariko Ueno, da USP, destacou que as mudanças climáticas já configuram uma questão de saúde pública, influenciando ar, água, solo, alimentos e até a estabilidade emocional das populações. Ela ressaltou o conceito de “saúde planetária”, que integra dimensões biológicas, sociais e ambientais, mostrando que o bem-estar humano depende diretamente da integridade dos ecossistemas. Segundo Ueno, o aumento de doenças cardiovasculares, respiratórias e infecciosas, bem como os impactos sobre a saúde mental, refletem os efeitos do calor extremo e da degradação ambiental.
O atuário Bráulio Melo abordou o impacto econômico do clima sobre o setor de seguros, afirmando que “o clima hoje já está redefinindo nossos riscos, influenciando resultados e balanços das seguradoras”. Ele destacou que as perdas globais seguradas por eventos climáticos ultrapassam US$ 120 bilhões por ano, com crescimento anual de até 10%, enquanto cerca de 60% das perdas econômicas ainda permanecem sem cobertura de seguro.
Para Danilo Gurdos, consultor da ERM Brasil, os dados climáticos são fundamentais para a prevenção. “Agir antes também é parte da cura. A adaptação em saúde e vida reduz sinistros e salva vidas”, afirmou, reforçando que os impactos do clima já determinam taxas de mortalidade e morbidade em doenças sensíveis ao ambiente, como dengue e zika.
O sócio da ERM Brasil, Guilherme Teixeira, destacou a necessidade de integrar o risco climático às estratégias das seguradoras, principalmente nas atividades de subscrição e prevenção em vida e saúde.
O gerente de Sustentabilidade da CNseg, Pedro Werneck, ressaltou que a iniciativa visou fortalecer o papel do setor de seguros na agenda climática global, com vistas à COP30, reconhecendo a importância do seguro como instrumento das finanças climáticas e da adaptação social.