EXCLUSIVO – A Bradesco Seguros apresentou na noite de segunda-feira (20) a segunda edição do Estudo ILP (Indicador de Longevidade Pessoal), que neste ano contou com a participação de 4400 pessoas de todo o País e possibilitou um recorte regional para os resultados.
Longevidade não é sinônimo de quantidade de anos que se vive, mas de qualidade de vida. “É garantir a continuidade dessa conversa diante das transformações da vida. Longevidade não é apenas viver mais, mas viver melhor”, afirmou Alexandre Kalache, gerontólogo, durante a apresentação do estudo. Ele lembrou que, em 2050, quase 30% da população brasileira – cerca de 66 milhões de pessoas – terá mais de 60 anos, o que reforça a urgência de discutir políticas e atitudes voltadas à vida longa e saudável.
A pesquisa se estruturou em seis pilares principais, que juntos formam o Indicador de Longevidade Pessoal, cuja média nacional foi de 61 pontos (em uma escala de 0 a 100).
A pesquisa avaliou seis pilares. ‘Saúde Física’ (65 pontos) e ‘Atitudes’ (64) tiveram as maiores pontuações, indicando boa teoria, mas falha na prática. ‘Saúde Mental’ (56) e ‘Finanças’ (47) foram os maiores desafios, com as pontuações mais baixas. ‘Interações Sociais’ e ‘Saúde e Prevenção’ (ambos com 62 pontos) mostraram que a consciência existe, mas a execução ainda é um desafio, especialmente entre os mais jovens, que tendem a ser mais reativos nos cuidados com a saúde.
Um dos principais achados do estudo é a diferença entre o que as pessoas sabem e o que efetivamente fazem. Apesar de grande parte dos brasileiros compreenderem a importância da prevenção, da atividade física e da educação financeira, poucos mantêm esses hábitos de forma constante. “Existe uma distância entre o que a gente sabe que é importante e o que realmente colocamos em prática”, destacou Ana Julião, gerente geral da Edelman, que apresentou os resultados do Estudo.
O pilar de Finanças foi o mais crítico, com apenas 47 pontos. Duas em cada três pessoas não têm reserva para aposentadoria. O desequilíbrio financeiro é maior entre os jovens (18-29 anos), com 55% gastando acima da renda, em comparação com 34% do público acima de 50 anos. Isso aponta para uma grande desigualdade geracional e a necessidade urgente de planejamento financeiro a longo prazo, um desafio para a maioria dos brasileiros.
A análise regional em 10 estados mostrou disparidades. São Paulo liderou o ranking com 64 pontos, enquanto o Paraná teve a menor pontuação, 51. No Rio Grande do Sul, 71% declaram ter dívidas. No Pará, apenas 19% tiveram gastos menores que a renda nos últimos 12 meses. No Distrito Federal, 67% não possuem reserva para aposentadoria. Esses dados mostram que os desafios da longevidade variam significativamente em cada território, influenciados por fatores sociais e econômicos locais.
A principal conclusão é que a longevidade no Brasil requer um debate contínuo e educação em todas as idades. Viver mais e melhor é resultado de escolhas diárias de cuidado, prevenção e planejamento financeiro. A pesquisa enfatiza que a longevidade é uma responsabilidade individual e coletiva, que deve ser construída pela sociedade para garantir um futuro com mais qualidade de vida para todos.
Essas diferenças mostram que “longevidade não depende apenas do tempo que se vive, mas de como cada território lida com seus desafios sociais, emocionais e econômicos”, explicou Ana. A pesquisa reforça que a longevidade é um tema que precisa estar presente “em todas as idades e esferas da sociedade”. Para Ana Julião, a discussão sobre envelhecimento deve começar cedo: “Viver mais e melhor significa escolhas diárias de cuidado, prevenção e planejamento financeiro. É uma questão individual, mas também coletiva”.

Alexandre Nogueira, diretor de marketing do Grupo Bradesco Seguros ressaltou que a companhia foca em longevidade há mais de 20 anos, por ser um tema fundamental para uma seguradora que acompanha os clientes em todas as fases da vida. “A longevidade é vista como um vetor crucial na sociedade brasileira, que envelhece rapidamente”.
A 18ª edição do Fórum da Longevidade acontece hoje, com o tema ‘longevidade e movimento’. Segundo Alexandre Kalache, o mote do evento lembra que que “não há nada estático e que é preciso acompanhas mudanças no País e em regiões específicas, identificando quanto mais precisa ser feito”.