“Não existe proteção familiar sem proteção à renda”. A frase marcou a palestra do presidente da FenaPrevi, Edson Franco, no 12º Encontro do CSP-MG com a entidade, realizado em 2 de outubro, no auditório do SindSeg MG/GO/MT/DF, em Belo Horizonte.
O presidente do CSP-MG, João Paulo Moreira de Mello, abriu o encontro destacando a tradição da parceria com a FenaPrevi e a relevância do fórum. “Este já é um dos eventos mais tradicionais do nosso calendário. Mais do que analisar números, o momento é de olhar para o futuro, identificar tendências e reforçar a importância da previdência e do seguro de vida para o desenvolvimento da sociedade. Nosso propósito é ampliar a proteção, capacitar os agentes do mercado e expandir a cultura do seguro no Brasil”, afirmou.
Na palestra, o presidente da FenaPrevi apresentou um panorama das transformações recentes do setor, citando as mudanças no arcabouço regulatório, como a Resolução do CNSP que atualizou os planos PGBL e VGBL, a lei de garantias e a possibilidade de adiar a escolha do regime de tributação no momento do resgate. “Esse foi um avanço fundamental, pois permite que o consumidor decida de forma mais consciente, de acordo com sua realidade no futuro, e não no início da contratação”, observou.
Franco também analisou os impactos da nova Lei de Seguros, que cria um marco legislativo para o setor, mas pode ampliar a judicialização. “Apesar das boas intenções de proteção ao consumidor, a lei pode gerar efeitos colaterais como aumento da sinistralidade e, consequentemente, de preços. Temos de estar atentos, pois o seguro é mutualista, e todo custo adicional recai sobre os consumidores”, alertou.
O presidente da FenaPrevi chamou a atenção para a baixa cobertura securitária no Brasil. Segundo pesquisa realizada pela entidade em parceria com o Instituto Datafolha, apenas 18% da população possui seguro de vida, 11% com cobertura de invalidez e 6% para doenças graves. “Estamos diante de um quadro de subproteção. Mesmo quem tem alguma apólice, muitas vezes não possui uma cobertura adequada. É um grande desafio do setor levar essa proteção a mais famílias brasileiras”, comentou.
Apesar da baixa cobertura, Franco destacou o crescimento do mercado, que vem avançando a taxas de 10% ao ano desde 2015, com maior destaque para os seguros de vida individuais, especialmente os produtos dotais. Ele também ressaltou a expectativa com o Seguro de Vida Universal, que deve ser regulamentado em breve. “Esse produto pode beneficiar até 24 milhões de brasileiros e movimentar mais de R$ 16 bilhões em cinco anos”, afirmou.
O dirigente da FenaPrevi também apontou a relevância da previdência complementar como fonte de financiamento da economia. “A previdência privada é hoje o principal financiador da dívida pública brasileira. Qualquer medida que desestimule a poupança de longo prazo compromete não só a proteção das famílias, mas a sustentabilidade do país”, destacou.
Nesse contexto, Franco criticou duramente o decreto que instituiu a cobrança de IOF sobre planos de vida com cobertura por sobrevivência (VGBL). “Essa medida é uma aberração. Representa um desincentivo à poupança de longo prazo e penaliza justamente quem busca se proteger e proteger sua família”, acrescentou.
Durante sua fala, Edson Franco reforçou o protagonismo dos corretores de seguros como elo essencial entre as seguradoras e a sociedade. “Os corretores e as assessorias são fundamentais para ampliar o alcance da nossa indústria em todo o Brasil. São eles que garantem que a proteção chegue, de fato, às famílias brasileiras”, ressaltou.
Ele lembrou ainda que o novo Marco Legal dos Seguros atribui maior responsabilidade aos corretores, o que exigirá ainda mais preparo e profissionalismo da categoria. “Os corretores passam a ter responsabilidade objetiva no processo de distribuição. Por isso, investir em capacitação e em uma atuação consultiva será decisivo para fortalecer a relação com os consumidores”, destacou.
Após a palestra, foi realizado um debate mediado pelo diretor do CSP-MG, Maurício Tadeu Barros Morais, que conduziu os trabalhos do encontro. Participaram da mesa a presidente do SindSeg MG/GO/MT/DF, Andréia dos Reis Padovani, o presidente do Sincor-MG, Gustavo Bentes, além de João Paulo Mello e Edson Franco. Os dirigentes aprofundaram as discussões e responderam a perguntas do público.
Na sequência, o diretor do CSP-MG e fundador do Movimento Minha Vida Protegida, Rogério Araújo, presenteou Edson Franco com a camisa de embaixador da iniciativa e solicitou apoio institucional da FenaPrevi ao movimento, o que foi prontamente assegurado pelo dirigente.
O 12 º Encontro foi prestigiado por diretores e conselheiros do CSP-MG, executivos das beneméritas, corretores de seguros, além de representantes de entidades e autoridades do mercado como o vice-presidente da Aconseg-MG, Jader Abreu, e o conselheiro do CVG-SP, Silas Kasahaya.
Ao encerrar o encontro, Mello agradeceu a presença do presidente da FenaPrevi e destacou a parceria histórica da instituição com o Clube. “O evento se consolida como espaço de atualização e integração entre profissionais, contribuindo para o fortalecimento da cultura do seguro e da previdência no Brasil”, finalizou.
O 12º Encontro do CSP-MG com a FenaPrevi foi transmitido ao vivo pelo canal do YouTube do Clube e permanece disponível: