A inovação tecnológica está se consolidando como um dos principais motores de transformação no mercado de seguros brasileiro. Com investimentos crescentes e uma mentalidade mais aberta à experimentação, o setor vem redesenhando sua forma de operar, de atender e de se conectar com as pessoas. Mais do que modernizar processos, essa evolução aponta para um novo modelo de relacionamento entre seguradoras e clientes, mais simples, mais direto e mais alinhado às expectativas do presente.
Segundo a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), as empresas do setor devem investir cerca de R$ 20 bilhões em tecnologia e inovação em 2025, um aumento de 17,5% em relação ao ano anterior. Entre as companhias mais inovadoras do país, 45% destinam até 5% da receita à inovação. No mercado de seguros, esse percentual sobe para 67%, sinalizando um compromisso ainda mais forte com a transformação da indústria.
Esses dados evidenciam uma mudança estrutural na forma como as empresas vêm se posicionando. Trata-se de uma transição que vai além da digitalização de etapas e da automação de tarefas. O uso estratégico de inteligência artificial, ciência de dados e automação está sendo incorporado como parte de uma visão mais ampla: entregar experiências mais relevantes, consistentes e aderentes à realidade de cada segurado. Deixa de ser sobre categorias fixas e passa a ser sobre vivências reais, com suas particularidades, hábitos e necessidades em constante evolução.
Há, nesse processo, um novo entendimento sobre o papel da tecnologia. Mais do que acelerar procedimentos, trata-se de devolver tempo e clareza às pessoas. Tornar o seguro algo acessível, transparente e alinhado ao ritmo da vida. Isso inclui desde a redução da burocracia na contratação até a possibilidade de customizar coberturas, facilitando escolhas mais conscientes e efetivas. E, nesse movimento, a proximidade continua sendo essencial. Nenhum algoritmo substitui a escuta ativa, a empatia ou a compreensão de quem está do outro lado.
O potencial de transformação está justamente na combinação entre capacidade analítica e sensibilidade humana. Modelos preditivos podem antecipar demandas e mitigar riscos, mas é a interpretação cuidadosa dos dados que garante decisões com impacto positivo. O que está em jogo é a construção de relações mais duradouras e de confiança, em que a tecnologia não cria barreiras, mas pontes.
Avançar nessa direção exige tanto domínio técnico quanto disposição genuína para entender as pessoas. Não é apenas sobre digitalização. É sobre uma nova forma de cuidar, mais inteligente, mais próxima e mais conectada ao que realmente faz sentido.
*James Maganha, COO da Klimber no Brasil.